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“Ser ou não ser, eis a questão”. Shakespeare no palco do Theatro Circo

03 jan, 2025 - 10:00 • Redação

A clássica peça "Hamlet" pode ser vista numa encenação da Companhia de Teatro de Braga. A peça explora os conflitos do príncipe da Dinamarca na busca por vingança e justiça.

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A peça "Hamlet", de Willian Shakespeare, um clássico da dramaturgia, com cerca de 425 anos, sobe ao palco do Theatro Circo, numa adaptação assinada pelo encenador Alexej Schipenko.

Encenado por André Laires, Carlos Feio, Eduarda Filipa, Rogério Boane e Solange Sá, a Companhia de Teatro de Braga apresenta uma nova versão da obra. Estreou na quinta-feira e pode ainda ser vista esta sexta e no sábado. O bilhete custa 10 euros.

A peça explora a vida no cruzamento entre o mundo virtual e o real, refletindo sobre o contexto contemporâneo. Na trama, o jovem príncipe busca justiça pela morte de seu pai, assassinado por seu próprio irmão, Cláudio.

A revelação da verdade é feita pelo fantasma do rei morto, desencadeando uma série de eventos. Enquanto isso, Hamlet mergulha em profundos dilemas éticos, questionando a vida, a morte e os mistérios da natureza humana.

Em entrevista à Renascença Rui Madeira, diretor da Companhia de Teatro de Braga, explica que esta adaptação faz parte da comemoração de 45 anos de atividades do grupo e alinha-se com a temática central que o trabalham desde 2023: o medo.

Segundo o diretor, a peça explora questões contemporâneas como a luta pelo poder, o impacto da guerra, e o papel da verdade em tempos de desinformação. “Nunca como agora vivemos numa nova verdade. Antes, a verdade era uma soma de observações. Hoje, é o que cada um diz. É uma reflexão sobre os desígnios do poder e as ficções que o sustentam.”

Embora Hamlet seja tradicionalmente uma tragédia, esta adaptação adota um tom cômico, transformando-a em um espetáculo leve e divertido. Segundo o diretor, o objetivo não é transmitir uma mensagem direta, mas sim promover a reflexão sobre os medos que atravessam a sociedade atual.

“O medo psicológico, o medo de sermos quem somos e o medo de nos revelarmos são temas centrais para nós enquanto criadores”, explica.

Além disso, a produção é especialmente relevante no ano em que Braga é Capital da Cultura. Embora Hamlet seja uma criação que antecede o evento, toda a programação da companhia será integrada às atividades do Braga25.

Visando promover a cultura, em 2025, Braga foi escolhida para Capital Portuguesa da Cultura e recebe nove milhões de euros de investimento. O programa começa oficialmente a 25 de janeiro.

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