16 jan, 2025 - 22:27 • Marisa Gonçalves , com redação
David Lynch, que morreu esta quinta-feira aos 78 anos, era um dos maiores realizadores norte-americanos, afirma Pedro Mexia, antigo subdiretor da Cinemateca Portuguesa.
Pedro Mexia considera, em declarações à Renascença, que o cineasta criou um universo que é imediatamente reconhecível e um estilo próprio.
“Eu acho que era possível argumentar com boas razões que era o maior cineasta americano vivo. Ainda está vivo o Scorsese e outros grandes… O David Lynch tem uma obra relativamente curta, não tem muitas longas-metragens, mas tem filmes que são ‘Lynchianos’, que são só dele. O universo de Lynch é imediatamente reconhecível pela sua estranheza, o seu lirismo, pela sua ameaça, pelo seu surrealismo.”
Pedro Mexia recorda o realizador e argumentista de(...)
Pedro Mexia sublinha que David Lynch foi um vanguardista no mundo do cinema.
“Foi alguém que foi sempre experimentando as novas tecnologias, há um grande interesse pelo Lynch no mundo das artes plásticas e visuais, na arquitetura. É um cineasta muitíssimo visual, eram as imagens e, sobretudo, as imagens inexplicáveis que nos cativaram. Embora não tenha muito sentido em termos de período de tempo dizer que ele era um surrealista, mas ele não era possível sem o surrealismo. Há ali imagens do Lynch em que uma cola com a outra de uma maneira que nós não sabemos como elas colam.”
O realizador e argumentista norte-americano David Lynch, conhecido pela série "Twin Peaks" e filmes como “Mulholland Drive”, morreu esta quinta-feira.
O cineasta visionário e surrealista, que na década de 90 do século passado deixou Portugal na expetativa para saber quem matou a personagem Laura Palmer, tinha 78 anos.