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Notícia Renascença

Cardeal Tolentino Mendonça estreia peça de teatro em Braga 25 - Capital Portuguesa da Cultura

24 jan, 2025 - 06:00 • Maria João Costa

A peça vai subir ao palco do Festival Utopia, em Braga, no âmbito da Capital Portuguesa da Cultura. No sábado, arranca a programação na qual a autarquia investiu mais de 12 milhões de euros. Há Mariza, Dino d’Santiago, ranchos folclóricos e breakdance na abertura.

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Está ainda no segredo dos deuses sobre o que será a peça de teatro que D. Tolentino Mendonça está a escrever, mas, no programa Ensaio Geral da Renascença, o encenador John Romão avança que o cardeal-poeta está a preparar um texto que será apresentado em Braga, no decorrer do Festival Utopia, no âmbito da Capital Portuguesa da Cultura.

“Esta dimensão da religiosidade está muito presente num projeto em concreto que projetamos para este ano. Convidamos o cardeal e poeta José Tolentino Mendonça a escrever uma peça de teatro que vai ser feita com a comunidade teatral local”, indica John Romão.

A Capital Portuguesa da Cultura começa no sábado com um cartaz que aposta na mistura entre artistas locais e nacionais. O encenador John Romão explica que também este projeto de Tolentino Mendonça irá fazer esse cruzamento entre “artistas locais e alguém que vem de fora”.

A Renascença sabe que, no âmbito da terceira edição do Festival Utopia, um evento literário que acontece em Braga em novembro, será também estreado um novo espetáculo do maestro Martim Sousa Tavares.

Braga 25 com mais de 12 milhões de financiamento

Depois de Aveiro em 2024, e antes de Ponta Delgada em 2026, Braga inicia 12 meses de intensa programação da Capital Portuguesa da Cultura. A autarquia quis assim reutilizar parte do trabalho que tinha preparado no dossier de candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027, projeto que acabou por ser vencido por Évora.

Em entrevista ao Ensaio Geral, o autarca Ricardo Rio confirma que Braga investe “12 milhões e meio de euros” na Capital Portuguesa da Cultura. Durante o ano, a cidade vai acolher nomes maiores da cultura nacional e internacionais, entre eles a pianista Maria João Pires, os encenadores Tiago Rodrigues e Marco Martins, mas também a Companhia Nacional de Bailado, o Teatro Nacional de São Carlos ou o Teatro Nacional D. Maria II

Ricardo Rio destaca a aposta na cultura. A cidade que tem uma estratégia para a cultura pensada até 2030 é hoje, explica o autarca, “um concelho com 130 nacionalidades e aquele que mais cresceu em população no país. Foram 20 mil pessoas nos últimos 12 anos, com grande crescimento económico, com grande foco na inovação” refere.

Para o presidente da Câmara de Braga, “a cultura tem, em tudo isto que ter um papel fundamental”. Segundo Ricardo Rio, que já não se recandidatará nas próximas autárquicas, há “uma exigência da própria comunidade” bracarense para com a cultura.

“Será muito difícil para qualquer futuro presidente da câmara, mesmo que ele geneticamente não tenha a mesma afinidade com a área da cultura que eu tenho, não valorizar todas estas iniciativas e canalizar recursos para lhes poder dar continuidade. A comunidade não o iria permitir”, afirma Rio.

Um sábado em cheio na abertura da Braga 25

A programação da Braga 25 começa no sábado, às 10h00 da manhã, junto ao mercado municipal, com uma oficina gastronómica e culmina às 21h00 com um espetáculo de rua que mistura Dino d’Santiago, Mariza, Iolanda e bailarinos de breakdance e ranchos folclóricos.

John Romão, um dos encenadores responsáveis por pôr de pé o espetáculo, convida no Ensaio Geral o público a assistir ao momento inaugural da Capital Portuguesa da Cultura, que terá como cicerone a atriz Margarida Vila-Nova.

“É um espetáculo na Avenida Central com três palcos montados. Um palco que vai estar mais reservado a três cantores sobejamente conhecidos: a Mariza, o Dino Santiago e a Iolanda, portanto, três géneros musicais diferentes. Depois há outro palco que vai estar afeto à dança com grupos folclóricos que vão estar a participar no Quimera, de manhã e que vão estar aqui também a participar”, diz John Romão

O encenador, que já tinha uma relação artística com Braga por causa da Bienal BoCa, refere ainda que haverá “outro palco afeto ao coro do Conservatório Bomfim, com 100 jovens vozes bracarenses que vão dialogar com os artistas e com os bailarinos”. Além disso, haverá ainda “três grupos de percussão locais”.

A entrada é gratuita para este que é um dos momentos de abertura da Capital Portuguesa da Cultura, assim como será livre a entrada para um concerto de órgão que vai acontecer na Basílica dos Congregados, às 18h30.

A artista canadiana Kara-Lis Coverdale que tem 15 anos de experiência como organista litúrgica, vai explorar uma linguagem mais contemporânea no concerto. No Ensaio Geral, o diretor artístico Luís Fernandes lembra que “por variadíssimas razões, por norma, os órgãos estão vedados de acesso a compositores que não lidem com a música litúrgica”, mas este projeto pretende rasgar fronteiras

“Este projeto conseguiu furar essa premissa. Teremos a primeira encomenda para órgão ibérico a cargo da Kara-Lis Coverdale que é um dos grandes nomes da composição contemporânea canadiana e que está em Braga há já uma semana a trabalhar na Basílica dos Congregados, com um órgão que não conhecia.”

Este projeto que tem como nome “Pipe Poetics” vai decorrer ao longo do ano, explica Luís Fernandes. “Teremos de forma recorrente a utilização de meios claramente patrimoniais e com uma história muito rica para fins que são claramente contemporâneos”, indica o responsável.

Além desta programação, no sábado, às 17h00, haverá também no auditório Adelina Caravana um concerto do Grupo de Cantares de Mulheres do Minho com o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga.

Antes ainda, às 10h00, inaugura uma exposição no Shopping Santa Cruz que resulta de uma residência artística de arquitetos e designers de Braga. À mesma hora começam as visitas às novas instalações do Arquivo Municipal de Braga que decorrem até às 18h00.

A cerimónia oficial de abertura que contará com a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, está marcada para as 11h00 no Theatro Circo. A sessão será conduzida pela atriz Margarida Vila-Nova e conta com a participação da Geração B25+, um grupo de jovens eu tem sido órgão consultivo do projeto de Braga 25.

A cerimónia encerra com um espetáculo colaborativo que une as visões dos coreógrafos Filipa Francisco e Deeogo Oliveira, a dramaturga Regina Guimarães e o encenador John Romão.

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