25 jan, 2025 - 15:35 • Isabel Pacheco
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, afirmou este sábado, que a Capital Portuguesa da Cultura (CPC) é para continuar depois de 2027, acrescentando que o Governo pretende dar seguimento ao projeto.
Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de abertura de Braga 2025, lembrou que, apesar, de o título ter sido criado como “espécie de prémio de consolação” para as candidatas a Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027, ganha por Évora, há "acidentes que podem funcionar".
"Para 2028, certamente, vamos continuar", assegurou.
"Devemos usar a missão de continuidade para os bons projetos, independentemente, se foram criados por este ou por governos anteriores. É essa a ideia de longa duração que está subjacente às políticas de cultura deste governo", conclui.
Dalila Rodrigues afirmou também que quer quer pôr fim à categorização na cultura, erradicando de "uma vez por todas categorias que já não fazem qualquer sentido – a alta cultura e baixa cultura".
“Artesãos que partilham as sábias práticas artesanais, expressão singular de cada território e últimos redutos, muitas vezes, da vida em comunidade, são patrimónios que têm vindo a ser desprezados pelo poder central. Talvez por arrogância, por desconforto, por incómodo. Mas o que é fundamental é que erradiquemos de uma vez por todas categorias que já não fazem qualquer sentido – a alta cultura e baixa cultura , por exemplo”, defendeu a ministra, durante a cerimónia de abertura de Braga como capital portuguesa da Cultura.
A ministra garante rigor e igualdade de oportunidades para todos na cultura e fala de uma mudança de paradigma que vai contar com a parceria dos municípios.
“É, pois, uma mudança de paradigma com carácter estruturante e de longa duração. Na prática, como é que esta mudança se concretiza? As parcerias que o Ministério da Cultura está a propor aos 308 municípios do país constituem uma ação fundamental".
Antes, durante o discurso de inauguração do evento no Theatro Circo, a ministra defendeu uma mudança de paradigma “estruturante e de longa duração” na cultura que terá como “uma ação fundamental” parcerias com os 308 municípios.
A ideia, avançou, é "erradicar de uma vez por todas as categorias" que "deixaram de fazer sentido" dando o exemplo da "alta e baixa cultura".
"As bandas sinfónicas, os grupos de dança e de cantares, artesãos que partilham as sábias práticas artesanais, expressão singular de cada território são patrimónios que têm vindo a ser desprezados pelo poder central, talvez, por arrogância, por desconforto, por incómodo", criticou destacando o extraordinário trabalho de preservação” feito pelos municípios.
"Caso contrário, as nossas perdas seriam mesmo irremediáveis", rematou.
Braga assumiu este sábado oficialmente o título de CPC até dezembro. Em 2026 segue-se Ponta Delgada, antes de Évora tornar-se em 2027 CEC.