30 jan, 2025 - 11:33 • Redação
O edição 2025 do Festival Porta-Jazz, a 15.ª, vai dedicar-se ao tempo. Contrariando a velocidade dos dias atuais, este festival busca exercitar a capacidade de concentrar-se na arte.
Assim como os antigos filósofos diziam, a arte e o conhecimento precisam de um tempo de ócio para florescer. O diretor do Porta-Jazz, João Pedro Brandão, diz à Renascença que "a música, especialmente o jazz, com sua forte componente improvisada, precisa do tempo, do momento. Ela surge ali, na presença do público".
O festival convida o público a desacelerar e dedicar três dias à esta imersão musical. "Pedimos que as pessoas se sentem e ouçam, em vez de consumirem cultura em apenas 10 segundos, como acontece com um reel nas redes sociais", reflete Brandão.
As atividades arrancam na sexta-feira e vão estender-se por todo o fim de semana no Teatro Rivoli. Sob o lema “Contar o relógio, a favor do tempo”, a programação reúne 22 espetáculos e 80 músicos de 13 nacionalidades, sob o título
Em concertos, jam sessions, masterclasses e atividade para toda a família, a Associação Porta-Jazz reúne músicos de toda a Eeuropa. Tem ainda um Warm-up nos dias 28 de janeiro nos Maus Hábitos e 30 de janeiro no Espaço Porta-jazz.
João Pedro Brandão destaca a importância deste evento para marcar os 15 anos de atividades da associação, e como o tempo dedicado a esta construção também se incorpora a temática desta edição. "O festival é um best-of do que aconteceu ao longo do ano", diz.
“Refletimos sobre o tempo que os projetos levam para se consolidar e como eles se transformam ao longo dos anos", completa.
No dia 31, às 17h00, o pianista e compositor espanhol Agustí Fernández convida o público para uma conversa no Rivoli. Já às 23h30, como em todas as noites, o dia termina com uma jam session no TMP Café. Quem dá início ao dia seguinte é o ART’J e o Conservatório de Música do Porto, às 15h, também no TMP Café.
Este ano, um “coro de improvisação”, no dia 2 de fevereiro, será um dos momentos altos do festival. Nesta ocasião, o público é convidado a participar numa experiência que procura desmistificar a música, utilizando a voz e o corpo como instrumentos. "Será um momento único, vivido apenas por quem estiver presente", destaca o também músico.
Além disso, o pianista norueguês Kaja Draxler junta-se a três vozes portuguesas - CSA, Mariana Dionísio e Vera Moraes - para encerrar o festival em grande, às 21h30, seguido de um baile de swing no Café Rivoli.
O festival conta com a participação de voluntários e financiamentos para acontecer e tem expectativas de salas lotadas durante os três dias. "O festival já conquistou seu lugar na cidade, e isso se deve à dimensão do projeto e aos músicos que envolvemos", afirma o diretor.
A Porta-Jazz não se limita a este festival, ao longo do ano, promove atividades para famílias, crianças, idosos, além de edições discográficas e produção de vídeos. "O festival é a culminação de um trabalho contínuo", resume João Pedro Brandão.