01 fev, 2025 - 07:00 • Maria João Costa
Foi num sábado, por acaso do destino, numa rádio da Margem Sul, que se estreou em antena há quase 40 anos. Agora, a partir de segunda-feira, Paulo Fragoso estreia-se na Renascença. Assume o programa da tarde, entre as 16h00 e as 19h00, e será a companhia dos ouvintes no regresso a casa.
Não vai só ajudar a enfrentar o trânsito ou a correria do final do dia, mas diz também que até pode “ajudar a dar propostas para o jantar”. Paulo Fragoso promete três horas de programa bem recheadas.
“Vou ter muita música para sentir, como é apanágio da Renascença. É música que vai percorrer várias décadas e que todas elas vão ter uma história. Temos o humor do Daniel Leitão, que vai acompanhar-me também com a sua rubrica “Seja O Que Deus Quiser”, sempre muito ansiada à hora do costume, 17h15, e também coisas novas. A Miriam Gonçalves vai estar comigo e vai trazer crianças à antena”.
A rubrica “Repórterzinho lá de casa” dá voz aos ouvintes mais pequenos. “É pedir às crianças que nos tragam histórias, dúvidas, o relato do que foi o seu dia, quer em casa, quer na escola. Aquelas perguntas pertinentes que as crianças têm vamos trazer para a antena”, explica Paulo Fragoso.
Esta “inocência das crianças” entrará na emissão antes das 18h35. “Depois tenho também, para começar bem a nossa tarde, a partir das 16h00, 'Qual é a música, qual é ela?'. Vou passar um pequeno excerto de uma música e vou convidar os ouvintes da Renascença a puxarem pela sua memória auditiva, e tentar adivinhar qual é a música que, no final da hora, irei passar como bónus”.
Será “uma tarde muito interativa, com muita informação pelo meio, mas principalmente, boa companhia, boa música e o humor que também é preciso para acompanhar a rotina”, explica Fragoso.
O animador deixa para trás 32 anos de RFM, outra das rádios do Grupo Renascença Multimédia. Foi no horário da tarde que conquistou ouvintes e será no horário da tarde na Renascença que espera continuar a ganhar ouvintes.
“É o Paulo Fragoso, amigo, que está ali ao microfone”, diz-nos sentado num dos estúdios da Renascença. “Muitos dos ouvintes que consegui adquirir nos últimos 30 anos vão passar para este final de tarde animado, noutro microfone, noutra estação”, acredita o animador que está a “contar com eles”, como acha que eles estão a contar consigo.
“Eles fazem questão de saber onde é que eu vou estar e a que horas, porque já me disseram que ‘vou estar sempre contigo’ e, portanto, vai ser uma conquista engraçada”, aponta.
O rádio do seu avô “era um dos brinquedos favoritos” de Paulo Fragoso, que guarda “religiosamente” um aparelho de válvulas que lhe pertenceu. O animador recorda-se de, desde sempre, ouvir rádio.
“Aquilo fazia-me confusão. Como é que apareciam pessoas a falar dentro de uma caixa?!", lembra-se das suas memórias de criança, aos 6 ou 7 anos. “Ouvia coisas estrangeiras até. Coisas que mais tarde vim a saber que eram rádios marroquinas, inglesas, espanholas, etc... Aquilo foi um brinquedo engraçado até aos 10, 11 anos”.
Depois veio a paixão pela música e com isso de novo a rádio assumiu papel importante na vida de Paulo Fragoso. “Apanhei aquela época dourada dos anos 80, das rádios piratas”, e o animador tinha um colega de turma cujo pai era diretor de uma rádio no Seixal, “a Rádio Baia, que já não existe”.
Entrou como assistente de produção, mas Ana Rosa, que viria a ser futura colega também no Grupo Renascença Multimédia, “um belo dia” disse-lhe: “anda aqui para o pé de mim”. O dia acabou com o “Senhor Nelson”, o diretor da rádio a telefonar.
“O programa acabou à uma da tarde, nunca mais me esqueço. Toca o telefone. Era o diretor. Ela atendeu: “ah, sim, o Senhor Nelson…quer falar com o Paulo? Sim, sim”. Passa-me o telefone”, conta Paulo Fragoso que do diretor ouviu: “Era para saber se na segunda-feira estás disponível para fazer o programa da uma?”.
E, desde então, nunca mais largou o microfone. “Um acaso do destino”, diz Paulo Fragoso, que agora tem nova morada radiofónica. “A rádio, para mim, é a minha vida há já quase 40 anos”, sublinha.
Questionado sobre a Renascença lembra que “a rádio é um mundo incrível. É o único meio de comunicação que se mantém sempre atual e atualizado”.
“Quando dizem aquela velha história dos vídeos que vão matar a rádio, depois os 50 mil canais de televisão que vão matar a rádio, logo a seguir o YouTube, as redes sociais, agora os Spotify da vida, etc que vão matar a rádio; o que é certo é que a rádio está sempre por cima de tudo isso”.
Na opinião do animador, a rádio “incorpora o que está à sua volta, que supostamente a ia engolir e consegue rejuvenescer sempre que aparece qualquer obstáculo”, destaca.
Para a Renascença, Paulo Fragoso quer trazer a magia da rádio. “É o único meio que consegue tocar as pessoas. Quando se tem a palavra certa, a música certa no momento certo, não há como a rádio para tocar as pessoas. É este o universo que vou transportar agora para a Renascença, continuando a fazer aquilo que sempre fiz, que é falar com as pessoas e pôr as pessoas a falar comigo, que também é importante”, remata.
“A magia está conseguida quando há este tipo de comunicação e conversa. Apesar de estar, como costumo dizer, no meu aquário, completamente isolado, sei que estou a falar para milhares e milhares, mas o que importa é que estou a falar para aquela pessoa que vai sentir a minha palavra e vai sentir a minha música.”
Paulo Fragoso integra a nova grelha da Renascença. A partir de segunda-feira há várias novidades. Depois do programa Três da Manhã, estreia-se, das 10h00 às 13h00, a dupla José Coimbra e Teresa Oliveira.
Entre as 13h00 e as 16h00, a partir de 17 de fevereiro, será Inês Nogueira que vem da Mega Hits a oferecer ao público, em casa ou no trabalho, muita música para manter o foco nas atividades do dia-a-dia. Outra das novidades, será o espaço entre as 19h00 e as 20h30, que será conduzido por Sónia Santos.