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ERC deteta hibridização entre informação e opinião em noticiários em 2023

07 fev, 2025 - 12:30 • Lusa

Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, é dito.

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Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se "a hibridização entre informação e opinião" em certos casos.

Esta informação consta do relatório de avaliação dos deveres de rigor e de isenção na informação diária de horário nobre, elaborado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), divulgado esta sexta-feira.

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No total foram analisadas 140 edições de blocos informativos com 3.952 peças dos quatro serviços de programas generalistas nacionais de acesso não condicionado livre -- RTP1, RTP2, SIC e TVI -- e pelo serviço de programas generalista nacional de acesso não condicionado com assinatura -- CMTV, num total de 170 horas, 28 minutos e 53 segundos de emissão.

"Neste relatório, a ERC destaca como característica comum a todos os noticiários a tendência de inserção de espaços de comentário nos alinhamentos devidamente demarcados como opinião, sendo atribuídos a personalidades que os operadores apresentam como comentadores", refere o regulador de media.

"Porém, detetou-se a hibridização entre informação e opinião em certos casos que desafiam a delimitação clara da natureza do conteúdo emitido, o que merece reflexão", acrescenta.

Nos noticiários da RTP1, RTP2, SIC e TVI, a ERC regista que "a percentagem de peças que têm informação atribuída (isto é, que identificam pelo menos uma fonte de informação) se situa entre os 86% e 93%" e que, "no caso da CMTV, a tendência verificada neste indicador é relativamente inferior (66% das peças)".

Quando analisado o nível de atribuição da origem da informação, para todos os serviços de programas, observa-se "que essa atribuição foi parcial entre 24% a 34% dos casos, o que significa que apenas parte das fontes de informação foram identificadas corretamente".

De acordo com a análise, registou-se também "o predomínio de peças que não exigiram a aplicação do princípio do contraditório, sendo que, nos casos em que era exigido, tal foi genericamente respeitado".

Constata-se ainda que "são residuais (0,4%) as peças com elementos suscetíveis de desrespeitar a presunção da inocência, observando-se que a grande maioria dos casos identificados ocorre no "Grande Jornal" da CMTV".

Na análise, "não foram identificadas situações de incitamento à violência ou ao ódio contra pessoas ou grupos de pessoas em razão do sexo, raça, cor, origem étnica ou social, orientação sexual ou outros fatores passíveis de discriminação".

A versão completa do relatório pode ser consultada aqui.

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