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Andreia C. Faria vence Prémio Literário Casino da Póvoa

19 fev, 2025 - 10:17 • Maria João Costa

O livro “Canina” de Andreia C. Faria venceu por maioria o prémio atribuído no âmbito da 26.ª edição do Festival Correntes d’Escritas que decorre até domingo na Póvoa de Varzim.

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O livro “Canina” (ed. Tinta da China), de Andreia C. Faria, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa atribuído no âmbito da 26.ª edição do Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.

O júri destaca a “densidade da escrita e a escolha da linguagem no tratamento do corpo e na forma singular como assume a contemporaneidade”. Na cerimónia esta quarta-feira no Casino da Póvoa, o júri sublinhou ainda que a obra da poeta nascida no Porto contém uma “teoria da urgência que se descobre em cada poema”.

Na cerimónia em que participou o novo secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos foi lida a ata do júri constituído este ano pelas poetas Ana Paula Tavares, Margarida Ferra, o jornalista João Gobern, Maria de Lurdes Sampaio e Ricardo Marques.

Na declaração final, o júri destaca ainda o conjunto da poética de Andreia C. Faria pela sua “arte da coerência”. Andreia C. Faria nasceu em 1984. Publicou pela primeira vez em 2013 o livro “Flúor”. Já venceu o prémio Melhor Livro de Poesia/Prémio Autores SPA com o livro “Tão Bela como Qualquer Rapaz” (ed. Língua Morta).

Já antes Andreia C. Faria tinha também ganho o Prémio Literário Fundação Inês de Castro com o livro “Alegria para o fim do mundo” (ed. Porto Editora). Este é um livro que reúne todos os livros anteriores da poeta.

Outros prémios, o fim de uma concessão e o clima de despedidas

Numa cerimónia marcada por um clima de fim de clico, em ano de eleições autárquicas foram feitos vários elogios aos 26 ano de Correntes d’Escritas.

O presidente da Câmara da Póvoa recordou os momentos mais difíceis do festival, nomeadamente durante o “período da Troika” em que se pensou que o festival poderia ser interrompido. Aires Pereira destacou o “dever cumprido” destas 26 edições do evento literário.

Também no Casino da Póvoa, o responsável pela concessão, Dionísio Vinagre alertou para o fim da concessão do Casino que termina este ano e pediu a sua renovação perante um governante como o novo secretário de Estado da Cultura.

Na cerimónia também anunciados outros prémios. O Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus 2025 foi atribuído a “Quinze” que concorreu com o pseudónimo Leonor De La Bastille.

O Prémio Luís Sepúlveda para o conto infantil ilustrado Correntes d’Escritas/Porto Editora foi para “Mais do que um” da turma 4ºB do Centro Escolar de Tarouca – A.E. Dr. José Leite de Vasconcelos. Em segundo lugar ficou o conto “O Arco Íris Cinzento” do 4ºA também do Centro Escolar de Tarouca e o terceiro lugar para o conto “O Caçador do Pé Grande” do 4ºC da mesma escola.

Foi também conhecido o Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas atribuído por unanimidade a “Grande é o Homem Que Morre no Mar” apresentado sob o pseudónimo Ana Valente que pertence a Ana Margarida Ferreira Vasco.

Primeiro ato público do novo secretário de Estado da Cultura

“Quis a divina providência que o primeiro ato publico como governante fosse trazer as chaves para abrir estas Correntes. É gratificante ficar com esta marca”, apontou Alberto Santos.
O novo secretário de Estado da Cultura é também ele escritor e deixou no seu discurso algumas notas pessoais sobre este festival. “A Póvoa é a minha segunda casa literária. Talvez seja a terra onde mais vezes vim a propósito dos livros”, referiu Alberto Santos.
Ao público, recordou algumas memórias das participações no evento como autor. Saudou a diversidade do festival que considerou “único” no panorama cultural nacional.
Destacando a atenção que o festival poveiro dá também ao cinema, teatro, e envolve as escolas no evento, Alberto Santos sublinhou que o festival “traz gente, dinamiza a economia e posiciona a Póvoa de Varzim como uma grande cidade, porque promove o valor da liberdade”.
Alberto Santos referiu que “a literatura tem de continuar a ser um lugar de resistência da memória, nestes tempos estranhos que vivemos, contaminados por realidades alternativas e fake news”.
“A literatura tem este dever de resistência, luta e combate contra a padronização do pensamento único, contra a ditadura digital que nos manipula de forma consciente”, sublinhou o novo secretário da equipa da ministra Dalila Rodrigues.

[Atualizado às 11h20]

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