19 fev, 2025 - 12:23 • Maria João Costa
Tomou posse na quinta-feira passada, mas ainda não tem as funções definidas. O novo secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos aguarda que a ministra da Cultura regresse do Brasil, onde participa na Cimeira Luso-Brasileira, para saber o que lhe está atribuído como governante.
Na sessão de abertura do Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, onde participou pela primeira vez como governante, o novo secretário de Estado que no passado criou, enquanto autarca de Penafiel, o Festival Escritaria explicou, contudo, que gostaria de tutelar a área do livro.
“É uma área que procurarei desenvolver com muito interesse e atenção, porque a democratização do livro, a aproximação do livro dos mais jovens e das livrarias é um dever que todos temos e que o nosso ministério em particular tem”, explicou aos jornalistas
Questionado pela Renascença sobre possíveis mudanças no cheque-livro depois de ter mencionado no seu discurso que até ao final de fevereiro mais de 24 mil jovens tinham trocado, em livrarias, o cheque por livros, Alberto Santos referiu que “é uma medida a seguir e tentar melhorar”.
Sobre os hábitos de leitura, o novo governante afirmou ainda que “se houver maior consciencialização das entidades publicas de estímulo à leitura, talvez o livro não esteja em perigo”.
Alberto Santos mostra-se otimista quanto ao aumento dos índices de leitura. “No que observo, nos últimos tempos, já estive mais pessimista. Já houve tempos em que olhava para festivais literários, lançamento de livros e estatísticas de leitura e sentia um afastamento”, explicou.
O secretário de Estado acrescentou: “Hoje parece que há um movimento contrário e paradoxalmente são as redes socias, que são concorrente da leitura, que estão a ajudar e a trazerem para os livros novos leitores”.
Ex-autarca de Penafiel, Alberto Santos espera também contribuir para melhor ligação entre o ministério da Cultura e o território. Afirmando que não pode esquecer o seu trabalho junto desse território, sobretudo no norte do país, o secretário de Estado diz que “pode ser uma vantagem” a sua nomeação “para acrescentar alguma coisa na relação entre o ministério e o território”
O também escritor foi questionado sobre o romance que estava a escrever. Alberto Santos explicou que a estrutura está lançada, mas não sabe se as novas funções lhe vão permitir concluir o romance.