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Escritor moçambicano Bento Baloi: "Para onde vai o meu país? Apenas vejo uma enorme névoa que ensombra o amanhã"

21 fev, 2025 - 19:11 • Maria João Costa

O autor de “Chave na Areia” está no Festival Literário Correntes d’Escritas. Bento Baloi não se conforma com a atual situação de Moçambique. Apela à paz e ao diálogo e diz que não é tempo de identificar os culpados.

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“Para onde vai o meu país?! Sinceramente não sei. Apenas vejo uma enorme névoa que ensombra o amanhã da minha pátria amada, mas não me conformo”. Foi desta forma que o escritor moçambicano Bento Baloi terminou esta sexta-feira a sua intervenção no Festival Correntes d’Escritas.

Na Póvoa de Varzim, a plateia cheia do Cine-Teatro Garrett ouviu o autor de “Chave na Areia” a discorrer sobre a crise que Moçambique enfrenta. “Choro por falta de pão, por falta de emprego, por falta de um hospital, por falta de um horizonte”, confessou Bento Baloi, que arrancou o aplauso do público do festival.

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Em entrevista à Renascença depois da sua intervenção, o também jornalista há 30 anos mede as palavras quando questionado sobre a atual situação do seu país. Prefere dizer que Moçambique precisa de paz.

“Nas circunstâncias em que nos encontramos, neste momento, o mais importante não é encontrar e identificar os culpados. Se andamos atrás dos culpados vamos gerar novos conflitos e violência que não nos vai levar a lado nenhum”, aponta Baloi.

O que temos de fazer é investir no diálogo e compreendermos que somos moçambicanos e queremos a paz”, remata, voltando a dizer que é necessária a “paz para retomar o caminho de progresso”.

O autor nascido em Maputo admite, contudo, que os moçambicanos já passaram “dias muito maus”, depois da derrota de Venâncio Mondlane e a contestação que se seguiu às eleições moçambicanas.

“A tendência é a estabilidade”, diz Bento Baloi sobre o atual momento. Questionado sobre que papel pode Portugal ter neste momento, o autor lembra que “o diálogo para a paz sempre foi com o apoio dos nossos amigos, sejam eles Portugal, a comunidade de Santo Egídio ou os países da África austral. Todos eles são bem-vindos”, remata.

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