O que escrevia Amy Winehouse nos seus livros? Lello expõe biblioteca da cantora

A Livraria Lello comprou uma coleção de livros que pertenceu à biblioteca pessoal da cantora britânica Amy Winehouse. Na noite desta quinta-feira a livraria recebeu 60 convidados para apresentar a coleção que agora vai estar disponível para visita na sala Gemma.

O jornalista Mário Rui Vieira foi o responsável pela "análise crítica" desta aquisição e apresentou-a ao público. À Renascença, conta que que é possível perceber partes da vida pessoal da conta nas marcas deixadas nas páginas, especialmente da sua relação conturbada com os pais e o companheiro.

“Houve um livro que ela leu numa fase final, que é muito importante da geração 'beat' - o 'Howl', do Allen Ginsberg - em que se percebe que ela já estava a tentar trabalhar em algum novo álbum”, garante. “Logo no início do poema ela anota na margem uma expressão e procura rimas para tentar criar uma canção. Na última palavra está 'divorce' e isto foi pouco antes dela se divorciar do marido, Blake Fielder.”

Em antigas entrevistas, Amy Winehouse afirmava ser uma leitora voraz. Certamente não tinha medo de usar os livros, até porque neles podemos ver marcas de batom, manchas de café, sublinhados, desenhos de corações e anotações feitas pela cantora. “Há uma anotação que ela tem num livro que leu quando era ainda adolescente em que ela exclama 'I love drama' ['Eu amo drama'] e é interessante perceber que ela aceitava essas emoções fortes”, afirma Mário Rui Vieira.

Na apresentação do espólio participou também a banda original da cantora. Durante o evento, os músicos que acompanharam a britânica em concerto responderam a perguntas e tocaram canções como "Rehab", "Back to Black" ou "Love is Losing Game".

A biblioteca privada de Amy Winehouse contém peças de teatro, ficção e banda desenhada, num total de 230 livros. A Lello não revela a quantia pela qual comprou esta coleção, mas não é a primeira vez que a livraria compra espólio de músicos: em 2022 já comprara um conjunto de cartas escritas por Bob Dylan, por exemplo.

A coleção fica, agora, dividida por quatro secções na sala Gemma - a que correspondem quatro fases da vida da artista que morreu em 2011, aos 27 anos - e pode ser visitada no horário normal de funcionamento desta biblioteca portuense.