24 fev, 2025 - 11:51 • Lusa
O filme "Conclave", que ficcionaliza o drama da eleição de um novo papa em Roma, foi o grande vencedor dos Prémios do Sindicato dos Atores esta madrugada em Los Angeles, batendo o favorito "Anora".
"Isto deve-se ao génio de Tessa Ross, a nossa produtora, e Edward Berger, o nosso realizador", disse o ator Ralph Fiennes, que aceitou a estatueta de Melhor Elenco (considerado equivalente a Melhor Filme nos Screen Actors Guild Awards - SAG), juntamente com John Lithgow, Isabella Rosselini e o produtor Michael Jackman.
"Tivemos um tempo abençoado com o Edward [Berger], cuja inteligência e cuidado connosco trouxeram esta dádiva de comunidade e elenco", elogiou o ator.
Ralph Fiennes estava também nomeado para Melhor Ator, mas essa categoria foi uma das grandes surpresas da noite: Timothée Chalamet levou a estatueta para casa pelo papel de Bob Dylan em "A Complete Unknown". Depois de ter perdido sempre na temporada de prémios, a vitória nos SAG, em que são atores a premiar atores, foi inesperada.
"Não estava nada à espera disto", confessou o ator, que ficou visivelmente surpreendido quando o seu nome foi chamado. "Sei que a coisa mais elegante a fazer seria minimizar o esforço que pus neste papel e quanto isto significa para mim", disse, no discurso de aceitação. "Mas a verdade é que foram cinco anos e meio da minha vida, dei tudo o que tinha para interpretar este artista incomparável, Bob Dylan, um verdadeiro herói norte-americano, e foi a honra da minha vida fazê-lo", afirmou.
"Não posso minimizar o significado deste prémio porque é o que significa mais para mim e sei que estamos num negócio subjetivo, mas a verdade é que busco a grandeza", disse Chalamet. "Sei que as pessoas não costumam falar assim, mas quero ser um dos grandes, sou inspirado pelos grandes", continuou. "Isto é mais combustível, mais munições para isso".
Menos surpreendente foi a vitória de Demi Moore como Melhor Atriz por "A Substância", depois de ter recebido estatuetas também nos Globos de Ouro e nos Critics Choice Awards. A protagonista de "Anora", Mickey Madison, voltou a perder, deixando tudo em aberto para os Óscares, a 2 de março.
Moore, de 62 anos, lembrou como entrou para o Sindicato dos Atores aos 15 anos e como isso mudou a sua vida: "Deu-me significado, propósito e direção". Com quase 50 anos de carreira, "A Substância" foi o filme que deu a Demi Moore os primeiros prémios de representação.
"Vocês foram os meus maiores professores", disse, perante os colegas de profissão. "Sou muito grata por ter podido continuar a tentar, por vezes conseguindo, por vezes falhando, mas sempre continuando".
Nas categorias secundárias, Kieran Culkin ganhou Melhor Ator Secundário por "A Verdadeira Dor" e Zoe Saldaña venceu Melhor Atriz Secundária por "Emilia Pérez", cimentando o favoritismo de ambos para os Óscares.
Já "O Brutalista" e "Anora" saíram de mãos a abanar, numa temporada em que tem sido difícil prever qual será o vencedor dos Prémios da Academia.
"Anora" continua à frente, após vitórias nos Critics Choice Awards, Associação dos Produtores, Sindicato dos Realizadores e Film Independent Spirit Awards. No entanto, sondagens informais dos membros votantes da Academia mostram que "Conclave" tem muito apoio.
Nas categorias de televisão, os Prémios SAG distinguiram a série sensação do ano, "Shogun", com Melhor Atriz para Anna Sawai, Melhor Ator para Hiroyuki Sanada e Melhor Elenco em série dramática.
Em comédia, Melhor Elenco foi uma surpresa ao cair para "Homicídios ao Domicílio", frequentemente nomeada mas raramente vencedora. A atriz Selena Gomez apontou isso mesmo ao mostrar-se chocada com a vitória. "Nunca ganhamos, isto é muito estranho", disse a atriz, prometendo levar a estatueta para as gravações da quinta temporada em Nova Iorque.
Martin Short, que não estava presente, ganhou Melhor Ator na categoria, sendo que Jean Smart levou Melhor Atriz em comédia. Nas minisséries, Jessica Gunning venceu por "Baby Reindeer" e Colin Farrell por "The Penguin".