11 mar, 2025 - 00:19 • Maria João Costa
Com o preço das casas em Lisboa a disparar, o artista Mário Rita resolveu vender a sua casa. Investiu o que ganhou num espaço em ruínas de um antigo teatro, em Sintra. Hoje esse teatro é a sua casa e também o seu atelier.
“Digo sempre que isto é uma casa debruçada sobre um atelier”, explica o artista que dedicou toda a sua vida ao ensino. Agora que está à beira da reforma, encontrou neste antigo teatro o seu refúgio.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
Numa sala por onde o sol entra tem os seus pinceis e lápis para desenhar. Ao centro, algumas das suas telas de grandes dimensões. Ao fundo fica o palco do antigo teatro que Mário Rita manteve. Na boca de cena do palco, explica-nos, restam pequenas memórias daquilo que foi a ruína em que encontrou o edifício.
No centro crescia uma árvore. O telhado tinha caído. Nada disso hoje é visível no teatro de paredes brancas luminosas. Em cima fica o primeiro balcão, onde Mário Rita recuperou o corrimão do varandim.
Em entrevista à Renascença, o artista fala da sua arte. Questionado sobre se há um sentido religioso naquilo que cria, admite que não o faz de forma racional, mas sente que isso está presente no seu trabalho.
No teatro que outrora pertenceu a uma associação, Mário Rita guarda também o seu acervo. São telas de grande dimensão que pinta sobre antigas colchas adamascadas. Quando lhe perguntamos pelo mercado de arte, assume: “sou um artista independente”, mas diz que a sua pintura não responde ao mercado.