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Festival Terras sem Sombra volta a ter apoio da DGArtes

11 mar, 2025 - 23:18 • Maria João Costa

A 21.ª edição que arranca na próxima semana em Arraiolos e tem a República das Filipinas como país convidado. Até dezembro, 14 concelhos alentejanos recebem o festival que junta musica erudita, património e biodiversidade.

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Depois de uma “travessia no deserto”, quando perdeu o apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes), o Festival Terras sem Sombra (FTSS) volta este ano a receber um subsídio do Estado.

A 21.ª edição, que começa no próximo fim de semana, em Arraiolos, conta com um apoio “bianual de 60 mil euros” da DGArtes, explicou esta terça-feira o presidente do festival, José António Falcão.

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Na apresentação na Embaixada das Filipinas, o país convidado desta edição, Falcão sublinhou que o Terras sem Sombra “é o único que toca os quatro distritos do Alentejo” e que o apoio da DGArtes “permite manter a estrutura e voltar a ter ópera encenada no Alentejo”.

Até dezembro, o FTSS decorre em 14 concelhos alentejanos, dois ribatejanos e outros dois em Espanha. Soma este ano Sousel e Coruche aos concelhos que acolhem o festival.

A edição deste ano tem como tema “Autoras, Intérpretes, Musas: O Eterno Feminino e a Condição da Mulher na Música (Séculos XIII-XXI)”. Em entrevista à Renascença, José António Falcão destaca a presença de mulheres interpretes no cartaz do festival, mas também na dimensão de autoras e de inspiradoras de obras que serão interpretadas.

Outra das novidades anunciadas na apresentação desta terça-feira foi o regresso do Prémio Terras sem Sombra, cuja atribuição foi interrompida durante a pandemia de Covid-19.

O festival terá também este ano concertos em Espanha, um na região da Extremadura, e outro nas Astúrias. Falcão explica à Renascença que já tiveram edições em que “10% do público vinha do outro lado da fronteira”.

Além da música, o FTSS aposta também no património e na biodiversidade. Tem previstas este ano “mais de 40 atividades” explicou a organização. “A grande preocupação é mostrar um Alentejo não visível”, indica Falcão que dá como exemplo o “Castelo de Arraiolos”.

Na apresentação em que foi também referida a programação vocacionada para as crianças, José António Falcão apontou a necessidade de renovação do público da música erudita “que está a envelhecer”.

Na embaixada das Filipinas, o diplomata Paul Raymund Cortês falou de um “encontro de irmãos” e de um momento privilegiado para dar a conhecer a música filipina. O embaixador estabeleceu uma relação de sonoridade entre o fado português e a “kundiman”, a música tradicional filipina

A provar essas semelhanças, a soprano filipino-americana Antoni Mendezona e o pianista Nuno Margarido Lopes interpretaram três músicas, uma delas do cancioneiro tradicional português e outra do cancioneiro filipino.

Estes artistas serão as estrelas de abertura do festival. O concerto de abertura, intitulado "Mundos Convergentes: A Canção Filipina e a Canção Europeia"», terá lugar na Igreja da Misericórdia a 15 de março, às 21h30.

Os artistas irão interpretar obras de José A. Estella, Manuel Velez, Robert Schumann, Vianna da Motta e Francisco de Lacerda

No sábado ainda, pelas 15h00, realiza-se uma iniciativa no Castelo de Arraiolos e no Paço dos Alcaides. “Quase um Círculo Sobre a Planície: O Castelo de Arraiolos” é uma atividade, com ponto de encontro na fortificação medieval e que será guiada por Victor Mestre, arquiteto especializado em reabilitação que está a intervir no monumento.

No domingo, pelas 9h30, haverá uma ação de Salvaguarda da Biodiversidade em que os participantes são convidados a descobrir a agricultura regenerativa na Herdade de Coelheiros.

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