18 mar, 2025 - 11:24 • Maria João Costa
Qual a identidade da moda portuguesa e qual o seu valor económico, são duas das perguntas que a nova exposição do Museu do Design (MUDE), em Lisboa, pretende colocar aos visitantes. “Portugal POP. A moda em português 1970–2020” reúne uma seleção de 140 coordenados de designers nacionais de diferentes gerações.
A exposição que abre dia 21 de março propõe vários diálogos que vão da música até aos ofícios tradicionais que influenciaram a criação portuguesa. “A intenção desta exposição é olhar e abordar a moda nacional desde as vésperas da Revolução do 25 de Abril até á atualidade”, indica à Renascença a diretora do MUDE
Para Bárbara Coutinho, a mostra “procurar compreender, através das diversas propostas dos designers, como é que as formas da cultura popular, da História, da memória coletiva, do património local e nacional foram sendo projetados para a contemporaneidade”.
Na exposição é possível ver criações de nomes como Alexandra Moura, Alves/Gonçalves, Dino Alves, Luís Buchinho, Maria Thereza Mimoso, Maria Gambina, Nuno Gama, Nuno Baltazar ou dos Storytailors, entre muitos outros.
“Estão aqui presentes designers de diferentes gerações e idades”, aponta Bárbara Coutinho. Muitos dos criadores “estão ainda no ativo”, refere a diretora. “Há gerações que começaram o seu trabalho nos anos 1950 e 1960, até à atualidade”, diz a curadora.
Mas a exposição traça também um diálogo entre essas gerações e cruza as suas referências. A mostra pretende por isso questionar também o lado “popular e erudito” ou a contraposição entre o “rural e urbano”, “coletivo e individual” explica a diretora do MUDE.
Outro dos olhares que a exposição pretende lançar é a relação da moda com os artistas portugueses e a forma como estes trabalharam a sua imagem a partir do que vestem.
Exemplos paradigmáticos são Amália Rodrigues, António Variações ou os Heróis do Mar. Mas há mais casos, refere Bárbara Coutinho que indica outros exemplos de artistas que “foram dando particular valor à construção das suas imagens”.
“Temos aqui na exposição algumas evocações de figuras maiores da nossa cultura POP como a Amália Rodrigues, António Variações, a Sónia Tavares dos The Gift, os Heróis do Mar, a Teresa Salgueiro dos Madredeus, o Conan Oziris, a Mísia. Há toda uma dimensão que pretende olhar para esta definição de POP como popular, de cultura popular”
Em complemento à exposição é apresentada uma instalação sonora de Tiago Pereira que lançou o projeto A Música Portuguesa a Gostar dela Própria e que coloca na exposição uma “evocação das vivências quotidianas, práticas, tradições e cantos registados em todo o país”.
Esta exposição é uma nova adaptação de outra exposição com o mesmo nome que esteve em Matosinhos, em 2022, na Casa do Design. Esta coprodução MUDE- Museu do Design e Esad–idea, Investigação em Design e Arte surge agora revista e ampliada para ver até 12 de outubro no MUDE, em Lisboa.