15 abr, 2025 - 14:39 • Lusa
Uma equipa de cientistas desenvolveu uma tecnologia a partir de um sistema que utiliza algoritmos de Inteligência Artificial (IA) que ajuda a navegação de pessoas cegas ou com deficiências visuais.
Os pormenores do dispositivo, que estuda o ambiente, envia sinais ao utilizador quando este se aproxima de um obstáculo e fornece direções através de comandos de voz, foram publicados na revista Nature Machine Intelligence, num trabalho liderado por investigadores da Universidade Shanghai Jiao Tong, em Xangai, na China.
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"Apresentamos um sistema de tecnologia multimodal, centrado no utilizador, que melhora a usabilidade através da combinação de inovações de software e hardware", escrevem os autores.
Os sistemas eletrónicos de assistência visual constituem uma alternativa promissora aos tratamentos médicos e próteses, com estes dispositivos a converterem a informação visual do ambiente noutros sinais sensoriais para ajudar nas tarefas diárias.
No entanto, os sistemas atuais são difíceis de utilizar, o que tem impedido a sua adoção generalizada, resume um artigo da revista.
Neste artigo, Leilei Gu e a sua equipa apresentam uma tecnologia de assistência visual que pode fornecer direções através de comandos de voz.
Os cientistas desenvolveram um algoritmo de IA que processa o vídeo de uma câmara, incorporado nos óculos usados pelos utilizadores, para determinar um percurso livre de obstáculos. Através de uns auscultadores de condução óssea, podem ser enviados sinais auditivos e comandos sobre o ambiente à frente do sujeito.
Estes auscultadores enviam o som através dos ossos do crânio, deixando os ouvidos livres para ouvir outros sons importantes no ambiente que rodeia o indivíduo.
Os investigadores também criaram peles artificiais elásticas para os pulsos, que enviam sinais de vibração ao utilizador para orientar a direção do movimento e evitar objetos laterais.
O dispositivo foi testado com robôs humanoides e participantes cegos e com baixa visão em ambientes virtuais e reais, tendo sido observadas melhorias significativas nas suas tarefas de navegação, como a capacidade de evitar obstáculos ao atravessar um labirinto e de alcançar e agarrar um objeto.
"Esta investigação abre caminho a sistemas de assistência visual de fácil utilização e oferece formas alternativas de melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual", sublinham os autores no seu artigo.