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Céline Abecassis-Moedas
Opinião de Céline Abecassis-Moedas
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Como se mede um ano?

20 jan, 2025 • Céline Abecassis-Moedas • Opinião de Céline Abecassis-Moedas


O investimento no tema da longevidade ajudou-me a estruturar a minha reflexão sobre o que conta e o que contou no meu ano: saúde e bem-estar, relações sociais e projetos.

Quando se chega ao fim de um ano, antes de se fazer as resoluções do ano que vem, começa-se por fazer um ponto de situação do ano anterior. Fiz este exercício no fim de dezembro. No musical "Rent", de Jonathan Larson, a música Seasons of Love pergunta: "how do you measure a year" (como se mede um ano) e a resposta é 525.600 minutos, ou em pores de sol, em chávenas de café, em risos...

“Five hundred, twenty-five thousand, six hundred minutes Five hundred, twenty-five thousand moments so dear Five hundred, twenty-five thousand, six hundred minutes How do you measure, measure a year?

In daylights, in sunsets In midnights, in cups of coffee In inches, in miles in laughter, in strife

In five hundred, twenty-five thousand, six hundred minutes How do you measure a year in a life?”

Seasons of Love, Rent (Jonathan Larson)

Decidi também tentar responder a esta pergunta. Os livros recentes sobre as receitas para a longevidade (como o "Outlive", de Peter Attia) sublinham três elementos importantes: saúde, relações sociais e propósito. Nesta perspetiva, é assim que avaliei o meu ano de 2024.

Primeiro, a saúde e bem-estar. Em termos de nutrição, tornei-me muito mais consciente do que como e tento começar todas as refeições com uma salada para diminuir os picos de açúcar (como me foi sugerido pela minha médica). Decidi eliminar o pão e reduzir seriamente o café e o álcool, com exceção dos fins de semana, onde permito-me um cappuccino, uma torrada e um copo de vinho. Também, estou a tentar aumentar o nível de exercício e medi as visitas ao ginásio e os passos por dia.

Um dos outros ingredientes essenciais da longevidade são as relações sociais. Em 2024, viajei bastante a trabalho e tentei adicionar um toque pessoal a estas viagens. Por exemplo, fui a uma conferência em Londres e aproveitei para jantar com a minha irmã e a minha filha. Também organizei viagens individuais com cada um dos meus (três) filhos e com o meu marido, com a família toda, e com as minhas irmãs e a minha mãe (que fez 75 anos).

Finalmente, ter um propósito e uma motivação é chave. 2024 foi definitivamente um ano de viragem para mim em termos de tema de interesse. A longevidade tornou-se central no meu trabalho a vários níveis. Primeiro, li sete livros sobre o tema da longevidade ou sobre mid-life rethink:

  • Herminia Ibarra, Working Identity
  • Charlotte Montpezat, Les flamboyantes
  • Bill Burnett & Dave Evans, Designing your life. Build the perfect career step by step
  • Arthur Brooks, From strength to strength
  • Chip Conley, Learning to love midlife
  • Peter Attia, Outlive
  • Andrew Scott, The Longevity Imperative. Building a Better Society for Healthier, Longer Lives.

Tornei-me embaixadora do Stanford Center on Longevity, o que me conecta a um grupo incrível de 15 embaixadores da longevidade de todo o mundo. E após um ano de preparação, lançámos (com a minha colega Avivah Wittenberg-Cox) o primeiro programa executivo sobre Longevidade, chamado Longevity Leadership na Católica Lisbon School of Business and Economics. Isso deixa-me muito orgulhosa! Também dei várias palestras sobre o tema no Global Peter Drucker Forum em Viena, no Silver Economy Forum em Berlim, e na EFMD (European Foundation for Management Development) Executive Education Conference na London Business School, entre outros.

O investimento no tema da longevidade ajudou-me a estruturar a minha reflexão sobre o que conta e o que contou no meu ano: saúde e bem-estar, relações sociais e projetos. Nesta perspetiva, medi o ano de 2024 em visitas ao ginásio, em passos, em copos de chá (em vez de café), em viagens com pessoas importantes para mim, e em projetos profissionais. Como mediram o vosso ano?


Céline Abecassis-Moedas, Pró-Reitora para a Inovação e Empreendedorismo da Universidade Católica Portuguesa

Este espaço de opinião é uma colaboração entre a Renascença e a Católica Lisbon School of Business and Economics

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