21 mar, 2025 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença Henrique Raposo diz que a sondagem do Expresso, que dá a AD à frente do PS nas próximas legislativas, mostra que “o caminho está a ser traçado para um reforço da AD, um reforço da Iniciativa Liberal e uma consolidação desse espaço”.
Raposo explica que o caminho que temos à frente é muito parecido com o de 2022, em que “PCP e Bloco de Esquerda roeram a corda, anteciparam eleições e foram severamente punidos nas urnas”.
Salvaguardando que não está dizer que “o Montenegro vai conseguir uma maioria absoluta”, Raposo, admite uma perda de votos por parte do Chega também por causa da Madeira e de um cansaço de eleições.
“As pessoas vão votar no PSD na Madeira, porque conhecem e querem deixar de ter eleições de seis em seis meses. E, portanto, eu acho que podemos estar a caminhar para aí”, aponta.
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O comentador sublinha que “há uma razão para haver eleições de quatro em quatro anos”, explicando que “é de quatro em quatro anos que fazemos balanços e a intensidade de ir à urna cansa, desgasta-nos, porque é muito emotivo e coloca-nos todos uns contra os outros”.
Questionado sobre se perante as circunstâncias não surpreende o facto de o Partido Socialista aparentemente não conseguir capitalizar, Raposo diz que não apontando à “crise histórica em que o PS se encontra”.
“Pedro Nuno Santos não parece ser um líder que puxe a carroça e vai perder duas eleições com o Montenegro. O Montenegro é um pigmeu ao pé do Passos, ao pé do Sá Carneiro, ao pé do Cavaco”, começa por afirmar, destacando que “o PS está numa crise histórica que compromete de facto a sua presença no sistema político enquanto PS”.
“O PS era a charneira do regime, estava no meio, agora está à esquerda. O PS neste momento é só ‘o primos inter paris’ da esquerda”, acrescenta.
O facto de ainda haver muitos indecisos não parece ser suficiente para alterar o caminho que está a ser apontado que “é para um reforço do governo e do centro-direita”, diz Raposo.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Henrique Raposo recua ainda a 2009 para lembrar “que um primeiro-ministro já com muitas casos à perna, com muitas casas estranhas” ganhou com cerca de 30%.
“E que disse uma coisa que eu acho que é muito perigosa e que o Montenegro também está a dizer. Que é a ideia ‘se o povo me escolheu, então deixa de haver problemas legais para resolver”, lembra.
“Não. As eleições não são um tribunal. E é bom que o dr. Montenegro, que vai vencer, perceba isto: o problema não se vai embora”, avisa.