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Moção de censura bate na trave. Gouveia e Melo é "bem-vindo" à política
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PS e PSD dão "boas-vindas" a Gouveia e Melo na política

21 fev, 2025 • Tomás Anjinho Chagas


André Pinotes Batista (PS) ironiza e pergunta como é que o militar na reserva está na frente das sondagens quando só agora falou de política. Alexandre Poço (PSD) lamenta que Gouveia e Melo ache que não ser de um partido seja uma vantagem. Sobre a moção de censura, PS pede mais detalhes a Montenegro, PSD lamenta que os socialistas estejam a alimentar polémicas.

Apesar de votar contra a moção de censura, o PS lamenta que Luís Montenegro não tenha dado mais informações sobre a empresa da sua família, para libertar todas as suspeitas de conflito de interesses em torno do primeiro-ministro.

Durante o debate do São Bento à Sexta, na Renascença, André Pinotes Batista, deputado e dirigente socialista, afirmou que o chefe de Governo devia divulgar nomeadamente com que entidades é que essa empresa familiar manteve relações.

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"Não consideramos que os [esclarecimentos] sejam cabalmente esclarecedores e a verdade é que podia tê-lo feito há mais tempo e assim não tínhamos de assistir a isto", defende Pinotes Batista.

Em resposta, o PSD afirma que os socialistas estão a alinhar na estratégia do Chega para alimentar polémicas. Alexandre Poço, vice-presidente do partido e deputado social-democrata, elogia a transparência de Luís Montenegro no debate desta sexta-feira.

"Demonstrou ao país que não há nada a esconder, não há rabos de palha. Fiquei um pouco espantado com a última intervenção de Alexandra Leitão, que estava na prática, com recurso a questões jurídicas, na mesma linha de André Ventura", acusa o deputado do PSD.

Alexandre Poço considera que, ao insistir no caso, os socialistas estão a alinhar-se com o Chega neste tema: "Pede-se esclarecimentos, eles são dados. Depois a pessoa, ou não quer ser esclarecida, ou quer, de forma intencional, continuar uma polémica", lamenta o dirigente social-democrata.

Tanto o PS como o PSD assumem que a lei dos solos, em torno da qual todos os casos das últimas semanas orbitam (incluindo o de Montenegro), começa mal. "Sei que têm existido várias situações", assume Alexandre Poço. "Há um peso, é evidente que sim", conclui André Pinotes Batista.

"Ar dos tempos é de anti-política e anti-partidos"

Esta sexta-feira, Henrique Gouveia e Melo escreveu um artigo no Expresso, onde começou a responder a algumas críticas e em que começa a posicionar-se politicamente - apesar de não assumir se vai ser candidato à Presidência da República.

Pinotes Batista rejeita que o PS esteja "atrasado" na corrida a Belém, mesmo que os socialistas ainda não tenham candidato. O deputado socialista vinca que primeiro o militar na reserva destacou-se nas sondagens, e só agora está a ir a jogo.

"Lamento que estejamos num momento em que o sentimento anti-partidário tão grande que tornamos favorito alguém, que só depois vem dizer o que pensa. Isto contado em ciência política há 40 anos ninguém acreditava", advoga Pinotes Batista.

Do lado do PSD, Alexandre Poço lamenta que Henrique Gouveia e Melo considere que não fazer parte de nenhum partido seja uma vantagem: "Eu sei por que é que isso é feito, o ar dos tempos é de anti-política e anti-partidos", atira o social-democrata.

O PSD já tem o candidato escolhido, e questionado se Luís Marques Mendes tem a independência necessária para exercer o cargo de presidente da República e ser um contra-peso de um Governo da AD, Alexandre Poço não tem dúvidas.

"Um militante de um partido pode ser uma pessoa independente. E [Marques Mendes] é uma pessoa independente, de espírito, de cabeça e de visão para o país", defende o vice-presidente do PSD.

Alexandre Poço remata com ironia: "O que me apraz dizer é dar as boas-vindas à política ao Almirante Gouveia e Melo".

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