01 abr, 2025 - 14:02 • Inês Braga Sampaio
Bruno Lage avisa os jogadores do Benfica: ninguém pode pensar no clássico com o FC Porto até ao final do jogo com o Farense quem estiver mais preocupado com o seu umbigo que com a equipa será riscado.
"O ego não pode existir. Quem meter neste momento o ego individual à frente da equipa não entra. Isso é claro como a água", declara o treinador, esta terça-feira, em conferência de imprensa de antevisão da receção ao Farense, a contar para a 27.ª jornada do campeonato.
Para Lage - que também garante que Tomás Araújo não tem "lesão crónica", nem precisa de cirurgia - apesar da proximidade do clássico do Dragão, no domingo, o foco é claro: "Farense, Farense, Farense."
O Benfica recebe o Farense na quarta-feira, a partir das 20h15, na Luz. Encontro com relato em direto e acompanhamento na Renascença.
Benfica
Henrique Jones, médico especialista em medicina de(...)
Farense
Antes de mais, é a nossa postura e o nosso foco. Cabe-me garantir que a equipa joga o jogo que perspetivamos, de acordo com a qualidade dos nossos jogadores e da nossa equipa. O Farense, apesar de não ter pontuado tanto nos últimos jogos, é uma equipa com grande dinâmica. Resultados sempre muito apertados, 1-1, 1-0, 2-1. Temos de estar no nosso melhor. Têm apresentado uma linha de cinco, por vezes com três centrais, por vezes com dois laterais e com o Rony [Lopes] a juntar-se à linha defensiva e a fazer a linha de cinco. Equipa muito forte nas transições, os três homens da frente são muito fortes e tecnicamente evoluídos. Têm gente que remata muito bem.
Clássico com o FC Porto no domingo
O nosso foco tem de ser Farense, Farense, Farense. Escolher e decidir o melhor onze para o Farense. Olhar para a dinâmica do Farense e para a nossa equipa e a condição de cada um, e garantir que a equipa faz um bom jogo.
Benfica é um de dois favoritos ao título?
Temos de fazer o nosso trabalho. No nosso clube, temos de ser favoritos. De acordo com a exigência dos nossos adeptos, temos de jogar um futebol de qualidade. A equipa tem apresentado consistência e boa dinâmica, independentemente de quem jogue. Cabe-me garantir isso. Por vezes essa é a nossa tarefa, fazer grandes jogadores jogar em equipa e garantir que eles estejam sempre a "top" e consigam fazer as coisas que fazem bem de forma consistente.
Jogo da época do Benfica é o clássico no Dragão?
Farense. O jogo mais importante para nós é o Farense. O mais importante da época é o Farense, porque é o próximo. É o meu foco, tem de ter toda a minha energia, para fazer o meu trabalho. Para ganhar títulos, tenho de concentrar, eu e os meus jogadores, ao máximo, no jogo com o Farense.
Planificação da próxima época
Novamente Farense. Quando me perguntam sobre determinados assuntos da próxima época, aqui estou eu, para dar a minha opinião quer de planeamento, quer na opinião técnico-tática de algum jogador ou circunstância. Estou cá, mas o meu compromisso tem de ser a 100% com o jogo com o Farense.
Pode haver tentação de "tirar o pé" ou gerir o esforço?
Não há, porque da forma que treinamos não damos a possibilidade de que isso aconteça. Cabe-me enquanto treinador garantir que eles façam bem as coisas de forma consistência. Temos treinado com essa exigência. A equipa está a crescer, com cada vez mais dinâmicas, os jogadores entendem cada vez melhor aquilo que nós queremos. Há um conjunto de tempo de trabalho e de qualidade de trabalho que nos está a levar a essa consistência e a minha principal função é garantir esse patamar de exigência. Isso garante-se na forma como treinamos, na exigência de, independentemente de quem jogue e por quanto tempo, jogar em equipa e com qualidade. O jogador que consiga entregar em dez minutos aquilo que eu quero no jogo seguinte pode ser opção. Isto acontece tendo este plantel, havendo esta riqueza, tendo dois jogadores de qualidade em cada posição. Eles sabem que têm de render, porque ao lado têm um jogador de enorme qualidade.
Tomás Araújo tem "lesão crónica"?
Há vários com quem temos de fazer gestão, o Tomás está nesse lote. Temos de saber geri-lo e estamos a fazê-lo da melhor maneira. O jogador não está em risco de nada crónico, temos é de saber gerir, porque, realmente, aquilo que ele fez na primeira parte do Gil Vicente deixou-nos com condições de perceber que quando ele é chamado pode render. Não havendo Tomás, temos várias soluções para a posição. O Leandro [Santos] está a crescer muito bem, o Samuel [Dahl] já entrou e jogou à direita e tem uma facilidade de jogar com os dois pés tremenda, o Fredrik [Aursnes] já jogou no passado a lateral-direito. O mais importante é termos jogadores para, em caso de alguma eventualidade, estarmos protegidos. Amanhã ainda não decidi [se vai utilizar Tomás Araújo].
Tomás Araújo corre o risco de ser operado?
Não há o risco de ser operado. Há 30 anos, a pubalgia era um tabu e tinha de ser operado e tinha de se fazer "n" coisas. Hoje em dia, as coisas estão completamente diferentes. Temos de saber gerir, não só o Tomás como todo o plantel, que tem imensa qualidade e este valor mas joga de três em três dias. Temos a mesma preocupação com o Nico [Otamendi], que aos 37 anos joga de três em três dias e amanhã vai jogar.
Tiago Gouveia a regressar
Foi com enorme satisfação que o vimos jogar 45 minutos. Eu já o conhecia do passado e desde a primeira hora, à distância, fui vendo, por um lado, a tristeza de um jogador, de estar um tempo parado, depois a recaída que teve; mas ao mesmo tempo, a resistência, frustração e o querer recuperar o mais rapidamente possível, para dar o seu contributo à equipa. Está a treinar connosco há duas semanas, trouxe uma energia muito boa. Tem uma qualidade muito boa, pode jogar à frente, tem qualidade no remate. Também já jogou como lateral. Cruza muito bem. Fez 45 minutos com qualidade na equipa B e queremos tê-lo pronto o mais rapidamente possível, para ajudar a equipa nesta reta final.
O que muda com Ángel Di María em campo
A nossa ideia não muda. Temos alguns princípios que são a base do nosso posicionamento em campo e da nossa ideia de jogo, do que temos de fazer, desde o guarda-redes ao terço ofensivo. O que muda são as características e as qualidades dos jogadores. Já utilizámos o Di María por dentro, atrás do ponta de lança, mais aberto. Em função do lateral, o Di María vai ter posicionamentos diferentes. Perceber que quando joga um pé esquerdo à direita, procura o espaço interior e os cruzamentos são feitos de forma diferente do que se fosse um homem de pé direito.
Como gere os egos nesta reta final
O ego não pode existir. Quem meter neste momento o ego individual à frente da equipa não entra. Isso é claro como a água. Falamos muito nisso. Por isso é que eu disse, e repito: a exigência e o que os jogadores podem dar - a jogar de início, a sair do banco e nos treinos - é muito importante e é o que vai definir minutos até ao final da época.
"Guerra" Fernando Gomes-Pedro Proença
O que eu quero é garantir a possibilidade de voltar a jogar a Liga dos Campeões pelo Benfica e fazer o número de pontos para ajudar no ranking.