22 jan, 2025 - 21:01 • João Pedro Quesado
Quase um ano depois do anúncio, Lewis Hamilton conduziu pela primeira vez um carro de Fórmula 1 da Ferrari. O heptacampeão descreveu a enchente de adeptos à volta da pista de Fiorano nesta quarta-feira como algo "inspirador" e disse ter "o maior sorriso" na cara quando saiu da garagem pela primeira vez.
A mudança de Hamilton para lendária equipa italiana tem marcado a semana na F1. Depois de um primeiro dia nas instalações da Ferrari em Maranello, em que conheceu os vários departamentos da Scuderia e o funcionamento interno da equipa - e assinalou a chegada à equipa com uma foto especial -, e de um segundo dia de reuniões e de sessões no simulador, esta quarta-feira foi dia de dar início ao programa de adaptação à equipa e aos sistemas dos carros italianos.
"Tenho sido sortudo o suficiente de ter muitas primeiras vezes na minha carreira, do primeiro teste à primeira corrida, pódio, vitória e campeonato, por isso não tinha a certeza de quantas mais primeiras vezes teria, mas conduzir um carro da Ferrari pela primeira vez esta manhã foi uma das melhores sensações da minha vida", disse o inglês, que é um dos pilotos mais bem sucedidos da história da F1 e deverá receber, segundo a imprensa italiana, cerca de 60 milhões de euros por ano na Ferrari - um valor que poderá ser duplicado por bónus por objetivos, como a conquista de um campeonato.
"Quando liguei o carro e passei a porta da garagem, tinha o maior sorriso na minha cara", afirmou Hamilton, confessando que se lembrou do primeiro teste num carro de F1, em 2006: "foi um momento tão entusiasmante e especial, e aqui estou eu, quase vinte anos mais tarde, a sentir essas emoções outra vez".
A Ferrari esforçou-se ao máximo para não fazer deste primeiro dia um evento, não anunciando a data da estreia ao volante em Fiorano. Mas a chegada de Hamilton à Ferrari na segunda-feira praticamente garantiu que haveria adeptos - conhecidos como "tifosi" - à espera do momento, entupindo a estrada que permite ver a pista privada da Ferrari.
"Já sabia o quão apaixonada é a família Ferrari, de toda a gente na equipa aos tifosi! Mas testemunhar isso em primeira mão como um piloto da Ferrari é inspirador", sublinhou Lewis Hamilton, depois de ter ido à beira da vedação à volta da pista agradecer a presença dos adeptos, a quem reconhece que a "paixão corre pelas veias".
Leclerc também voltou à pista esta quarta-feira - enquanto o britânico fez 30 voltas, o monegasco fez 14. Tendo declarado que "o primeiro dia de volta ao carro é sempre um bom sentimento depois das férias", Charles Leclerc reconheceu que "foi bom ver o Lewis a fazer as primeiras voltas num Ferrari, que foi um momento especial para a equipa e para ele".
"Sentir todo este entusiasmo à volta da equipa é muito motivador", sublinhou o monegasco, que é produto da academia de jovens pilotos da Ferrari e chegou à Scuderia em 2019.
A Ferrari usou o carro de 2023 no teste - o carro mais recente permitido pelas regras desportivas, que limitam os testes com carros atuais antes e durante a temporada pela quilometragem e pelo equipamento permitido. Desde a pandemia que as equipas da frente usam regularmente os testes com carros antigos para ajudar os pilotos a voltar à forma física necessária depois da pausa de Inverno.
A Ferrari deverá ainda usar a modalidade de dias de demonstração para dar mais tempo a Hamilton para se ambientar, e ainda do dia de filmagens, para que Lewis Hamilton e Charles Leclerc possam fazer 200 km entre si com o carro de 2025 antes dos três dias de testes pré-temporada no Bahrain, no final de fevereiro.
A temporada de 2025 de F1 começa com o Grande Prémio da Austrália, em Melbourne, entre os dias 14 e 16 de março.