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Reinaldo Teixeira toma posse como presidente da Liga de Clubes. O que esperar dos próximos dois anos?

16 abr, 2025 - 09:45 • Eduardo Soares da Silva

O ex-presidente Pedro Proença garantiu que "nenhum clube vai perder com a centralização dos direitos televisivos", mas chegar a um consenso entre as sociedades desportivas promete ser um dos maiores desafios nos dois anos de mandato de Reinaldo Teixeira.

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Reinaldo Teixeira toma posse, esta quarta-feira, como novo presidente da Liga de Clubes, sucedendo a Pedro Proença num mandato reduzido de dois anos, até 2027. Mas o que se pode esperar do, até ao momento, presidente da Associação de Futebol do Algarve?

Apesar de não ter o apoio de FC Porto e SC Braga, Reinaldo Teixeira foi eleito com esmagadora maior dos votos. Reinaldo Teixeira recebeu 42 votos para apenas dez de José Gomes Mendes. Só o Estoril Praia se juntou a dragões e arsenalistas no apoio ao outro candidato.

Dos 18 clubes da I Liga, 15 votaram em Reinaldo Teixeira, que será o 11.º presidente da história da Liga.

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Em entrevista à Renascença, Reinaldo Teixeira defendeu a centralização dos direitos televisivos no futebol português, afirmando que "havendo mais valor" a distribuir, "consegue-se mais competitividade", e sublinhou o desejo de "tornar o nosso talento, o nosso futebol, o mais conhecido e o mais comprado" fora de Portugal.

"A centralização propõe valores superiores a distribuir para a atividade. Naturalmente, havendo mais valor, consegue-se mais competitividade. Consequentemente, aumenta a competitividade para as nossas equipas que vão à Europa. Há um decreto de lei em vigor, temos de honrar a lei e o desafio é sabermos cumprir essa lei, sob pena de, se não o fizermos, alguém o faça por nós", disse.

Defendeu a necessidade de agregar e unir o futebol nacional: "O futebol é tão apaixonante, é tão desafiante, tão emocional que caba por ter momentos de maior tensão e de maiores divergências. Mais se impõe esse espírito agregador, de bom senso, de partilha de opiniões e de aceitar as decisões de cada entidade em conjunto. Quando se está a fazer bem a alguém, está a fazer bem a ele próprio e quando se está a fazer mal a alguém, faz-se mal a ele próprio também."

Reinaldo Teixeira afirmou ainda que não considera "o preço dos bilhetes assim tão alto".

"Tendo em conta a envolvência, é um espetáculo que estamos a ver. Depois há muitas iniciativas que os clubes fazem, como o dia do adepto, o dia do sócio e, muitas vezes, os valores que cobram são insignificantes ou até oferecem entradas", defendeu.

O mandato ficará marcado pelo processo da centralização dos direitos televisivos. Até agora, cada clube negoceia os seus direitos de transmissão, mas um processo centralizado poderá aumentar as verbas para todos os clubes envolvidos.

Até junho de 2026, Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol têm de entregar ao Governo e à Autoridade da Concorrência uma proposta sobre o modelo de comercialização dos direitos. A centralização entrará em vigor a partir de 2028/29.

No entanto, o processo promete não ser simples, com a dificuldade das sociedades desportivas chegarem a um consenso. Proença prometeu, em tempos, que "nenhum clube ficaria a perder" com a centralização dos direitos. Será um dos maiores desafios da Liga de Reinaldo Teixeira.

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