11 fev, 2025 - 23:07 • Lusa
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou esta terça-feira retomar "combates intensos" na Faixa de Gaza "até o Hamas ser definitivamente derrotado" se não libertar reféns até sábado.
"Se o Hamas não libertar os nossos reféns até ao meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e [o exército israelita] retomará os combates intensos até que o Hamas seja definitivamente derrotado", declarou Netanyahu em comunicado, sem especificar se se referia a todos os reféns mantidos em cativeiro em Gaza ou ao pequeno grupo que deverá ser libertado no sábado, no âmbito da troca com os palestinianos detidos por Israel.
O anúncio de Netanyahu foi feito depois de ter reunido durante quatro horas com o gabinete de segurança.
"A decisão que foi aprovada por unanimidade no Conselho de Ministros é a seguinte: Se o Hamas não devolver os nossos reféns até ao meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e o exército retomará os combates intensos até que o Hamas seja finalmente derrotado", disse Netanyahu numa mensagem de vídeo divulgada esta terça-feira, sem especificar se se referia aos três prisioneiros que estavam previstos para a troca de sábado ou aos nove da primeira fase ainda vivos.
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Um funcionário israelita disse à imprensa local, sob condição de anonimato, que se tratava dos nove reféns ainda vivos e que deveriam ser libertados no prazo de 42 dias após a primeira fase do cessar-fogo.
"À luz do anúncio do Hamas sobre a sua decisão de violar o acordo e não libertar os nossos reféns, ordenei ontem à noite [segunda-feira] às forças armadas que reforçassem as suas posições na Faixa de Gaza e nos arredores. Esta operação está atualmente em curso e será concluída em breve", acrescentou.
Em comunicado, o exército israelita confirmou que tinha mobilizado tropas e reservistas adicionais no sul da Faixa de Gaza "em preparação para vários cenários".
No entanto, o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, um dos principais aliados de extrema-direita de Netanyahu, pediu-lhe esta terça-feira que seguisse o conselho do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e exigisse que o Hamas libertasse todos os reféns ou enfrentaria o "inferno".
"O primeiro-ministro deve seguir a declaração perfeitamente moral, simples e clara do Presidente Trump e informar o Hamas de forma inequívoca: ou todos os reféns são libertados até sábado [...] ou abriremos as portas do inferno sobre eles, e isso significa que não haverá mais eletricidade, nem água, nem combustível, nem ajuda humanitária", afirmou Smotrich em comunicado.
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Pouco antes de Netanyahu anunciar publicamente esta posição, responsáveis israelitas, mais uma vez sob condição de anonimato, já tinham avançado que o governo apoia a ameaça de Trump de desencadear o "inferno" na Faixa de Gaza se os reféns não fossem libertados até ao meio-dia de sábado.
"No que me diz respeito, se não recuperarem todos os reféns até sábado às 12 horas, uma hora apropriada, o que eu diria é que vamos cancelar tudo. Tudo é permitido e vamos deixar o inferno à solta", disse Trump a partir da Sala Oval, depois de assinar várias ordens executivas.
Netanyahu reiterou que todos "aplaudem" a sugestão de Trump, bem como a sua "visão revolucionária para o futuro de Gaza", uma vez que a proposta de esvaziar a Faixa de Gaza, um crime de guerra se for levada a cabo à força ao abrigo do direito internacional, parece ter-se tornado bem acolhida entre os responsáveis israelitas.
Como razões para adiar aquela que seria a sexta troca de reféns prevista para sábado, o Hamas citou as violações cometidas pelo governo israelita, tais como o atraso de um dia no regresso das pessoas deslocadas ao norte de Gaza, o facto de continuar a matar habitantes de Gaza no enclave e o facto de só permitir a entrada de 10% das 200.000 tendas previstas, habitações pré-fabricadas ou maquinaria de remoção de escombros.