24 fev, 2025 - 07:00 • Ana Kotowicz , Salomé Esteves
Muitos dias passaram, 1.095 para sermos exatos, desde que Volodymyr Zelensky se filmou em frente ao palácio presidencial para dizer aos ucranianos que não tinha abandonado o país. Era o segundo dia da invasão russa. "Estamos aqui", dizia o Presidente, numa mensagem que servia para dizer que ele, o primeiro-ministro, o assessor da Presidência, o seu chefe de gabinete e o líder do partido do Governo (todos alinhados no vídeo) iam ficar e lutar contra a Rússia.
No dia seguinte, outra mensagem de Zelensky ficava para a história do conflito. "A luta é aqui, preciso de munições, não de uma boleia", respondia o Presidente da Ucrânia aos Estados Unidos, que se ofereciam para o retirar, são e salvo, do país.
Nos dias, semanas, meses e anos seguintes, a mensagem do Presidente ucraniano apurou-se, mas manteve-se fiel ao essencial daqueles dois dias. A Ucrânia não desistia da luta e aos aliados pedia munições, munições, munições.
Primeiro com javelins, tanques da era soviética, drones turcos (e até com tratores que insistiam em fazer frente ao exército russo), Kiev mostrou a Vladimir Putin que se tinha enganado nas contas ao planear uma guerra de três dias. Mais tarde, com tanques de terceira geração, sistemas Patriot e mísseis supersónicos, a Ucrânia começou a entrar e a conquistar território russo.
No terceiro aniversário da invasão russa, e numa altura em que além da guerra com Putin, Zelensky lida com entraves diplomáticos com Donald Trump, relembramos algumas das armas que, quer do lado de Kiev quer do lado de Moscovo, têm marcado a guerra.
Zelensky pediu até à exaustão, e foi preciso mais de um ano para receber o sim dos EUA. No início, quando os mísseis de longo alcance ATACMS foram entregues a Kiev, em outubro de 2023, seguiram com uma nota de rodapé: não podiam ser usados contra alvos em território russo. Foi já depois das Presidenciais de 5 de novembro de 2024 (que devolveram a Casa Branca a Donald Trump) que a Administração Biden mudou a sua política, apesar dos avisos do Kremlin de que responderia se armas da NATO caíssem no seu território.
No milésimo dia de guerra, 19 de novembro de 2024, dois dias depois da autorização americana, a Ucrânia fez o primeiro ataque com ATACMS em território russo. A reação de Moscovo? Atualizar a doutrina nuclear, ou seja, especificar que tipo de (novos) ataques justificam uma resposta a esse nível.
O ATACMS (acrónimo de Army Tactical Missile Systems ou Sistemas de Mísseis Táticos do Exército) permite ataques de alto impacto (atingem o solo a velocidades enormes) com precisão excecional, sendo semelhante ao Iskander usado pela Rússia. Pode ser lançado do MLRS (Multiple Launch Rocket System) ou do HIMARS.
É um míssil balístico supersónico, ou seja, desloca-se entre Mach 1 (velocidade do som) e Mach 5 (a partir de 5 vezes a velocidade do som, a velocidade passa a ser considerada hipersónica). Tem também um sistema de GPS que ajuda à precisão do ataque e o seu erro circular é de menos de 10 metros -- o que o torna ideal para atingir alvos estáticos, como depósitos de munições ou centros de comando.
Embora possa atingir alvos até 300 km, os mísseis enviados para Kiev terão um alcance de apenas 165 km.
O cenário é de guerra, mas os militares fardados cantam e dançam. Da letra, cantada em ucraniano, só é possível perceber o refrão ritmado: “Bay-raktar, Bay-raktar.” A música, em honra do drone turco, tornou-se viral nas primeiras semanas de guerra da Ucrânia.
Nessa altura, a moral das tropas ucranianas estava em alta, não só porque a guerra de três dias de Putin estava a deparar-se com uma robusta resistência ucraniana, mas também porque Kiev estava a conseguir destruir equipamento russo com um drone low-cost -- os cerca de 5,5 milhões que custa o Bayraktar comparam com os 20 milhões que custam drones equivalentes.
E, em 2022, o Bayraktar abatia de tudo um pouco, desde tanques, a veículos de combate de infantaria, passando por diferentes tipos de camiões, sistemas de mísseis terra-ar e artilharia autopropulsada — ataques sempre devidamente partilhados nas redes sociais, e aplaudidos na forma de likes.
Hoje, Kiev tem outras armas, mais modernas, ao seu dispor, mas o Bayraktar — 6,5 metros de comprimento, autonomia de 24 horas e uma velocidade que chega aos 220 km/h — continua a ser usado.
É fácil perceber por que é que é conhecido pelo segundo nome. O Flugabwehrkanonenpanzer Gepard (também chamado de Panzer Gepard) é um tanque alemão que, desde o verão de 2022, tem sido enviado para Kiev, em diferentes remessas, pela Alemanha.
Produto da Guerra Fria, terão sido produzidas 570 unidades do Gepard, 55 das quais foram entregues à Ucrânia.
O veículo blindado de combate antiaéreo foi pensado para ser usado contra aviões e helicópteros, mas Kiev usa-o especialmente para destruir drones Shaded, uma das maiores ameaças russas nesta guerra.
O seu valor ficou provado na passagem de ano de 2023 quando, segundo Volodymyr Zelensky, destruiu 80 drones e mísseis que voavam em direção a Kiev de uma só vez.
Em janeiro deste ano, o Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou ter encomendado mais 180.000 cartuchos de munição de 35 mm para manter os Gepard a disparar. No início da guerra, um dos problemas com que Kiev se deparou foi a falta de munições, já que era a Suíça que fabricava a maior parte dos cartuchos. Sendo um país neutral, recusou todos os pedidos da Alemanha para exportação de munições para a Ucrânia.
O problema foi ultrapassado com o aumento do fabrico de cartuchos fora da Suíça.
Nos primeiros meses da guerra, o discurso de Zelensky para os parceiros do Ocidente pouco mudava. Precisava de mais e melhores armas para deter a invasão russa. Um dos seus pedidos era o HIMARS, um sistema lançador múltiplo de foguetes que é montado num camião militar e que dispara mísseis ATACMS ou GMRLS e têm um alcance de cerca de 70 km. O MRLS (Multiple Launch Rocket System) também era bem vindo.
No verão, cumpriu-se o desejo e chegaram as primeiras unidades enviadas pelos Estados Unidos. Zelensky previu que iam mudar o curso da guerra. Ao longo dos três anos do conflito, Kiev recebeu 39 HIMARS dos Estados Unidos e 25 unidades do M270 MLRS do Reino Unido, Alemanha, Itália e França.
Ambos empregam as mesmas armas (são interoperacionais, como acontece com diversas armas usadas pela NATO) e têm duas diferenças principais. O M270 tem lagartas e duas cápsulas (cada uma comporta seis rockets GMRLS ou um míssil ATAMCS), o HIMARS tem rodas e apenas uma cápsula.
A 5 de março de 2024, dois anos depois de os HIMARS terem ajudado a Ucrânia a destruir diversos postos de comando russos, Moscovo conseguiu destruir pela primeira vez um destes sistemas com um míssil Iskander. Foi o primeiro, mas não o único, embora não se saiba ao certo quantos equipamentos a Rússia já abateu no total.
Para perceber a popularidade desta arma na Ucrânia, há dois dados que dizem tudo: além de ter sido transformado em santo pela população, tornou-se num dos nomes escolhidos pelos ucranianos para os seus recém-nascidos.
Se o segundo motivo é auto-explanatório, o primeiro tem uma história mais longa: em Toronto, Canadá, nasceu o meme Saint Javelin, uma imagem de uma madonna armada com este lançador de mísseis americano.
Primeiro em autocolantes, depois em todo o tipo de merchandising, ajudou a angariar mais de 1 milhão de dólares para a Ucrânia.
Os javelins são lançadores portáteis de mísseis anti-tanque, pesam cerca de 22 quilos e são semelhantes aos britânicos NLAW.
Estes também são colocados no ombro para disparar, mas pesam menos dez quilos do que o armamento americano. Enviados para a Ucrânia logo no início da guerra, foram amplamente utilizados para destruir os tanques russos.
Portugal foi um dos vários aliados que enviou tanques de guerra usados pelo exército alemão para a Ucrânia.
Já a própria Alemanha, hesitante em seguir esse caminho, esteve semanas a fio sob pressão internacional. Em janeiro de 2023, o chanceler Olaf Scholz cedeu. Zelensky congratulou-se porque aqueles veículos seriam preciosos para travar a esperada ofensiva russa. E foram.
Desde então, e apesar das várias remessas, em setembro de 2024, estimava-se que um quinto dos Leopard 2 recebidos já tivessem sido destruídos pela Rússia (ou, pelo menos, teriam ficado avariados).
Com mais ou menos veículos disponíveis, para a Ucrânia, os tanques de terceira geração foram fundamentais, já que substituíram os de fabrico soviético.
Com disparo de longo alcance, o Leopard 2 pode usar diferentes tipos de munições, adaptando-se ao alvo a cada momento
Ainda não estava confirmado e já Dmitry Medvedev, antigo Presidente russo, reagia. “Se, como Stoltenberg [antigo secretário-geral da NATO] insinuou, a NATO fornecesse aos fanáticos ucranianos sistemas Patriot, tornar-se-ia imediatamente um alvo legítimo das nossas forças armadas”, escreveu no Telegram no final de 2022.
Apesar das ameaças russas, Kiev recebeu dos Estados Unidos o MIM-104 Patriot, um sistema de mísseis guiados terra-ar, de longo alcance, usado essencialmente para interceptar ataques aéreos. Dito de outra maneira: o Patriot é capaz de atingir alvos em pleno voo, disparados da terra ou do mar. E, até uma distância máxima de 160 km, atinge todo o tipo de alvos, desde drones a aeronaves, passando por mísseis balísticos de curto alcance ou mísseis cruzeiro.
Para a Ucrânia, era visto como a única forma de deter os mísseis russos hipersónicos Kinzhal.
Só em maio de 2023 é que o Reino Unido enviou estes mísseis de longo alcance para a Ucrânia. No entanto, durante muito tempo, os mísseis Storm Shadow só podiam ser usados dentro das fronteiras ucranianas, desperdiçando o seu alcance de 250 km.
Em novembro de 2024, as barreiras impostas pelos britânicos foram levantadas e Kiev usou os mísseis pela primeira vez para atingir território russo.
Em relação a outro armamento semelhante, a vantagem do míssil Storm Shadow é que usa o mapeamento de terreno, além do GPS, para atingir o alvo, o que lhe confere uma alta precisão.
Lançado de uma aeronave, o míssil viaja quase à velocidade do som, abaixo dos radares, antes de mergulhar e detonar a sua ogiva.
Chamam-lhe “o drone kamikaze” e o som que faz é descrito como sendo semelhante ao acelerar de uma scooter. Desde que a guerra começou na Ucrânia, há três anos, tornaram-se habituais os ataques com enxames destes veículos aéreos não tripulados iranianos, facilmente substituídos porque os 20 mil dólares (19.096 euros) que custam são coisa pouca quando se fala de armamento.
Apesar de Kiev dizer que abate cerca de 60% daqueles que são lançados, os drones têm feito estragos suficientes. Foram fundamentais no passado, por exemplo na campanha de outono/inverno, quando Moscovo procurou atingir as instalações de energia que garantem aquecimento nas casas ucranianas, como forma de baixar o moral da população e das tropas.
O incidente mais recente, negado pela Rússia, aconteceu a 14 de fevereiro, quando o escudo protetor da central nuclear de Chernobyl ficou danificado. Aos jornalistas, os oficiais ucranianos mostraram os destroços de um drone Shaded -- alegação que é “quase certamente” verdade, segundo a análise da McKenzie Intelligence Services, empresa de consultoria britânica, feita a pedido da Greenpeace.
Mas nem só os céus da Ucrânia foram rasgados pelos Shaded: a primeira vez que o Irão atacou diretamente o território de Israel, a 13 de abril de 2024, entre as centenas de mísseis disparados por Teerão seguiam também os drones kamikazes. Os houthis também estarão a usá-los nos seus ataques no Mar Vermelho.
As vantagens militares? Podem transportar ogivas explosivas, atingir alvos até 2 mil quilómetros de distância (longo alcance), e podem esperar à volta do alvo até receberem a ordem direta para atacar. Nesse momento, mergulham e explodem com o impacto. Como voam baixo e podem ser enviados em ondas, são mais difíceis de combater pelos sistemas de defesa antiaérea
Naqueles primeiros meses de guerra, o que mais espantou no ataque foi a distância. A 14 de junho de 2022, um prédio de escritórios em Vinnytsia foi atingido por três mísseis russos e mais de 20 pessoas, incluindo três crianças, morreram. Kiev queixou-se de um novo ataque deliberado a civis, enquanto a Rússia garantiu que o alvo era uma reunião do comando da Força Aérea Ucraniana.
A cidade está a quase mil quilómetros de Lugansk (zona do Donbass), ou seja, à distância de duas vezes o comprimento de Portugal daquela que era a principal frente de batalha. Mas não foi dali que partiram os Kalibr, que a Rússia continua a usar contra a Ucrânia.
Os mísseis de cruzeiro russos podem ser disparados do ar, de navios ou de submarinos e foi destes últimos, no Mar Negro, que os Kalibr foram lançados. A sua precisão garante às forças russas que podem atingir o alvo pretendido, sem enganos, e naquele dia era o prédio em Vinnytsia.
Além da precisão extrema, e de poderem levar 700 quilos de explosivos, os Kalibr voam a quase 960 km/h, o que equivale a três vezes a velocidade máxima de um TGV. Têm ainda uma turbina que lhes permite acelerar quando estão mais próximos do alvo, chegando aos 1.235 Km/h, o que torna difícil travá-los. É um ataque que sai caro à Rússia -- 6.200.000 euros por unidade -- e não se sabe ao certo quantos mísseis haverá ainda no arsenal russo por falta de componentes eletrónicos para continuar a produzi-los.
A Ucrânia gaba-se de ter conseguido neutralizar alguns Kalibr e o ISW (Instituto para o Estudo da Guerra) acredita que Moscovo começou, por causa disso, a disparar os mísseis cruzeiro como engodo para distrair e esgotar as defesas aéreas ucranianas.
Quando se avista um caça MiG-31K russo, o pior pode estar para vir: há uma forte possibilidade de estar equipado com um Kinzhal.
Este míssil tem duas características, comuns aos armamentos hipersónicos: atinge Mach 5 (cinco vezes a velocidade do som) e a sua trajetória não é fixa, podendo executar manobras verticais e horizontais, sem nunca perder velocidade. E segundo o Center for Strategic and International Studies, podem mesmo atingir Mach 10 (12.350 Km/h). Quanto à carga, transportam um máximo de 480 kg, de ogivas convencionais ou nucleares.
E embora Putin tenha dito, em 2018, quando apresentou o Kinzhal, que a sua velocidade permite “superar todos os sistemas de defesa antiaérea e antimísseis existentes”, a Ucrânia, com a ajuda do sistema Patriot, derrubou o primeiro a 4 de maio de 2024.
Em agosto de 2024, pela primeira vez, a Ucrânia revelou a taxa de interceptação de diferentes tipos de mísseis russos: entre os balísticos (onde se encontra o 9K720 Iskander) apenas 4,5% foram abatidos.
E este é um dos motivos porque continua a ser tão importante para Moscovo.
O Iskander usado na Ucrânia -- há rumores de que a Rússia está preparada para começar a produzir em massa a versão Iskander 1000 -- é uma arma móvel, ou seja, pode ser rapidamente deslocada no terreno se for necessário.
O sistema de mísseis balísticos de curto alcance tem também uma alta precisão (erro circular de cinco a sete metros) e pode ser carregado com uma enorme variedade de ogivas, incluindo as convencionais, as termobáricas, as de bombas de fragmentação, as penetradoras de bunkers, ou as nucleares.
Veículo de combate de infantaria, serve para transportar tropas para o campo de batalha, protegendo-as do fogo inimigo. O anfíbio dos tempos da União Soviética também é usado pela Ucrânia.
Em termos de equipamento, conta com um canhão automático de 30 mm, uma metralhadora coaxial de 7,62 mm e um lançador de mísseis antitanque.
A primeira vez que a ainda União Soviética percebeu que precisava de um veículo para zonas urbanas apertadas foi durante a guerra com o Afeganistão (1979-1989). Depois da queda da URSS, a necessidade regressou na primeira guerra da Chechénia (1994-1996).
De inovação em inovação, a fabricante Uralvagonzavod chegou ao BMPT, que tem duas versões: uma com lançadores de granada, outra sem. A sua alcunha? O Exterminador.
É fácil perceber porquê. Na Ucrânia, foi usada a primeira versão, equipada com imenso poder de fogo: o blindado de combate tem dois canhões (2A42), quatro lançadores de mísseis (9M120 Ataka) guiados com sistema de orientação a laser, dois lançadores de granadas automáticos (AG-17D) e uma metralhadora (PKTM de 7,62 mm). Além disso, se for atingido, o veículo tem blindagem reativa que explode para fora, permitindo neutralizar algumas granadas antitanque.
O problema? A Rússia só teria 10 unidades no terreno e apenas três foram documentadas na Ucrânia. Além disso, os três Exterminadores indestrutíveis acabaram destruídos.
24 de fevereiro de 2022, primeiro dia da invasão russa. Dois navios de guerra atacam a Ilha das Serpentes, no Mar Negro. A ordem é clara: rendam-se e serão poupados. Nas comunicações que mais tarde vieram a público, e que viraram selo comemorativo, um dos 13 guardas fronteiriços que se encontrava na ilha responde aos invasores: “Navio de guerra russo, vá-se f****.”
Um desses navios era o Moskva, que transportou Mikhail Gorbatchov para a Cimeira de Malta (1989) onde se reuniu com George Bush, pai. Em abril de 2022, acabou no fundo do Mar Negro e nunca ficou claro se foi afundado por mísseis ucranianos, incompetência russa, ou um pouco das duas coisas. Certo é que foi o maior navio afundado desde a Segunda Guerra Mundial.
Versão russa: um incêndio de origem desconhecida detonou as munições armazenadas do navio e causou danos estruturais, o que fez com que a embarcação não sobrevivesse ao mar agitado. Versão ucraniana: o Moskva foi atingido com mísseis de cruzeiro Neptune que levou à sequência de incidentes.
O maior navio de guerra russo e almirante da frota russa do Mar Negro estava armado com mísseis, torpedos, armas navais e sistemas de defesa antimísseis. De valor incalculável, até pela quantidade de armamento que transportava, hoje seria impossível de reconstruir, já que não há estaleiros na Rússia com capacidade equiparável aos do tempo da União Soviética.
Desde o início da guerra que a Rússia foi acusada de usar armas termobáricas, ou bombas de vácuo na Ucrânia,— e de estar a cometer crimes de guerra por usá-las contra alvos civis —, mas a confirmação só chegou em 2024.
Depois de Kiev ter invadido território russo em Kursk, o ministro da Defesa russo disse que a arma foi usada como medida de contraterrorismo, sem nunca assumir que algum dia o armamento tenha sido usado contra as populações.
Conhecida como “Father of All Bombs” (pai de todas as bombas), esta arma tem um enorme poder de destruição. Depois de atingir o alvo com precisão, há uma primeira detonação que liberta material explosivo. A seguir, ao sugar o oxigénio à sua volta, causa uma enorme bola de fogo e, logo depois, uma onda de choque.
A pressão e o calor são suficientes para esmagar órgãos internos e pulverizar quem esteja por perto.