26 abr, 2025 - 09:10 • Reuters
O enviado do Presidente dos EUA, Donald Trump, Steve Witkoff, reuniu-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, durante três horas em Moscovo, na sexta-feira, para discutir o plano dos EUA para acabar com a guerra na Ucrânia, e Trump disse que os dois lados estavam "muito perto de um acordo", apesar das aparentes diferenças nas suas posições.
Trump disse numa publicação nas redes sociais após a reunião de Witkoff ter concluído que foi um bom dia de negociações e apelou a uma reunião de alto nível entre Kiev e Moscovo para fechar um acordo.
"A maioria dos pontos principais foram acertados", disse Trump na publicação após aterrar em Roma para o funeral do Papa Francisco, no sábado. "Acabem com o derramamento de sangue, AGORA".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, também era esperado no funeral, embora tenha dito na sexta-feira que não tinha a certeza se conseguiria comparecer.
A Rússia e a Ucrânia não mantêm conversações diretas desde as primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
O conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, que participou na reunião de sexta-feira e informou os jornalistas sobre os detalhes, descreveu-a anteriormente como construtiva e muito útil.
"Esta conversa permitiu à Rússia e aos Estados Unidos aproximarem ainda mais as suas posições, não só em relação à Ucrânia, mas também numa série de outras questões internacionais", disse aos jornalistas.
"Quanto à crise ucraniana em si, a discussão centrou-se em particular na possibilidade de retomar as negociações diretas entre os representantes da Federação Russa e da Ucrânia".
Não houve comentários imediatos de Witkoff.
Bilionário do setor imobiliário, Witkoff emergiu como o principal interlocutor de Washington com Putin, enquanto Trump pressiona por um acordo para pôr fim à guerra.
A sua última viagem acontece após negociações esta semana em que as autoridades ucranianas e europeias rejeitaram algumas das propostas dos EUA sobre como resolver o conflito, o mais mortífero na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A reunião de Witkoff ocorreu poucas horas depois de um carro armadilhado ter morto um alto oficial militar russo perto de Moscovo, ato que o Kremlin atribuiu a Kiev.
Na quinta-feira, Trump criticou um ataque russo com mísseis e drones em Kiev que matou pelo menos 12 pessoas e publicou uma mensagem para Putin nas redes sociais que dizia: "Vladimir, PARE!".
Trump avisou ambos os lados que os EUA abandonarão os seus esforços a menos que haja progressos genuínos.