Descongelamento das propinas é "dupla penalização", dizem estudantes do politécnico

Os estudantes do ensino superior politécnico consideram que o descongelamento das propinas vai conduzir a uma “dupla penalização”. Em declarações à Renascença, o presidente da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP), Diogo Correia, lembra que os estudantes já têm de suportar o aumento dos custos do alojamento.

Existe “a grande preocupação na questão do alojamento estudantil, do aumento do alojamento”, a que se junta agora a de existirem propinas mais caras.

“A partir do momento em que se fala do descongelamento das propinas e em que vai aumentar o valor da frequência do ensino superior dos estudantes, evidentemente que acaba por ser aqui uma dupla penalização”, resume o dirigente estudantil.

Diogo Correia acredita que, a existir este aumento, pode haver casos de alunos que percebam já não ter condições para ir para o ensino superior.

“Pode vir a influenciar muitos estudantes a perceberem que com este aumento deixam de ter condições de conseguir estar no ensino superior”, declarou.

O presidente da FNAEESP sublinha o impacto que os fatores financeiros têm na vida dos estudantes e diz-se preocupado com o descongelamento anunciado pelo governo.

“As questões económicas de um estudante muito influenciam um estudante frequentar [ou não] o ensino superior. Por isso, muito nos preocupa a questão do descongelamento das propinas”, afirmou, sublinhando que este é o caminho “que não se pode procurar no ensino superior na nossa sociedade”.

O descongelamento das propinas foi admitido recentemente pelo ministro da Educação. O aumento pode chegar já a partir do próximo ano letivo, mas com efeitos só a partir de janeiro de 2026, assim que entrar em vigor um novo Orçamento do Estado.