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"Havia água a escorrer pelas paredes" em escola do Porto que vai fechar para obras. Câmara nega negligência

14 fev, 2025 - 19:31 • Miguel Marques Ribeiro

Na Escola Básica do Campo 24 de Agosto, as chuvas intensas do início do ano provocaram a queda de “uma parte do teto". Há anos que se sabia que o telhado tinha problemas estruturais, assegura a dirigente da Associação de Pais.

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“Era do conhecimento de todos”. A presidente da Associação de Pais da Escola Básica do Campo 24 de Agosto, no Porto, garante à Renascença que os problemas estruturais no telhado do edifício que vão obrigar a escola a encerrar para obras vêm de trás e eram do conhecimento da Câmara.

“Desde que tomamos posse como associação de pais [em 2022] que havia conhecimento de problemas com o telhado, nomeadamente a incapacidade de reter a entrada de águas e de humidades. Havia água a escorrer pelas paredes”, afirma, à Renascença, Joana Fonseca.

A Câmara, porém, nega ter ignorado o problema que obriga os quase 200 alunos do estabelecimento a transferirem-se para novas escolas a meio do ano letivo.

"As falhas estruturais do telhado da Escola Básica do Campo 24 de Agosto só agora se verificaram, após as condições atmosféricas adversas verificadas neste inverno, devido a graves infiltrações de água, e consequente deterioração do telhado", afirma a autarquia numa resposta por escrito enviada à Renascença.

Havia conhecimento de problemas com o telhado, nomeadamente a incapacidade de reter a entrada de águas e de humidades. Havia água a escorrer pelas paredes - Joana Fonseca

As chuvas intensas do início do ano provocaram a queda de “uma parte do teto de pladur nas escadas de acesso ao piso superior da escola”, descreve Joana Fonseca, lembrando que já em já "em 2022, quase todo o ano, a biblioteca esteve fechada" devido às infiltrações.

Obras podiam ter "sido planificadas e feitas de forma mais atempada"

O estabelecimento vai estar encerrado a partir da próxima segunda-feira para a realização de obras melhoramento no telhado e recreio, uma situação que se vai prolongar até setembro.

A decisão, tomada no início deste mês, com base num parecer da Proteção Civil, apanhou os pais de surpresa, que se queixam de a resolução do problema ter sido sucessivamente adiada.

“Houve dificuldade em resolver a situação, em conseguirem chegar a um consenso para que as obras tivessem sido planificadas e feitas de forma mais atempada”, refere a representante dos pais.

Escola tem "casos difíceis e até dramáticos"

A partir de segunda-feira, os alunos vão ser distribuídos por duas escolas existentes nas proximidades: a Escola da Alegria, localizada na freguesia do Bonfim, e Escola das Flores, situada na freguesia da Campanhã.

Houve dificuldade em resolver a situação, em conseguirem chegar a um consenso para que as obras tivessem sido planificadas e feitas de forma mais atempada - Joana Fonseca

A autarquia garante que vai assegurar o transporte das crianças e a continuidade das atividades letivas e do ATL, em articulação com o Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano.

A decisão, no entanto, surgiu de forma inesperada colocando os pais perante uma “mudança abrupta”, que pode prejudicar a evolução das crianças, alerta Joana Macedo. “Há alguns casos que são mesmo difíceis e até dramáticos, porque é uma escola que tem inúmeras crianças com problemas diversos de saúde, com dificuldades identificadas do espectro do autismo, nomeadamente”.

No entanto, há uma nota positiva, realça Joana Macedo. "A escola vai reabrir renovada no próximo ano letivo”. Até lá, pais e alunos terão de se adaptar a novos contextos educativos. Neste sábado, vão conhecer as novas escolas com visitas guiadas pelos respetivos diretores.

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