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Visita de Mark Rutte

Portugal pode "antecipar ainda mais" a chegada aos 2% do PIB na Defesa

27 jan, 2025 - 14:30 • João Pedro Quesado , Manuela Pires

Objetivo atual é atingir nível de investimento em 2029. Luís Montenegro defende que produzir material militar na Europa ajuda a "tornar a nossa economia mais dinâmica". Mark Rutte está em Portugal, e também esteve reunido com Marcelo Rebelo de Sousa.

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SEG MANE PIRES 23H NATO - PM
Mark Rutte avisou que os 2% do PIB não vão ser suficientes. Ouça a peça da jornalista Manuela Pires. Foto: Miguel A. Lopes/EPA

Portugal está disponível para "antecipar ainda mais" a chegada aos 2% do PIB (Produto Interno Bruto) no investimento em Defesa, atualmente marcado para 2029. Luís Montenegro anunciou a disponibilidade do Governo esta segunda-feira, no final do almoço com Mark Rutte, secretário-geral da NATO, no Palacete de São Bento.

"Estamos disponíveis para poder antecipar ainda mais o nosso calendário da trajetória de evolução do nosso investimento nesta área", afirmou o primeiro-ministro na conferência de imprensa, avisando que essa mudança "dependerá muito daquilo que nós formos capazes de fazer internamente".

Luís Montenegro anunciou ainda "uma taskforce criada entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Defesa Nacional, o Ministério da Economia e o Ministério das Finanças", que estará a "finalizar o trabalho com vista a tornar mais atrativo e exequível o projeto de reforço da nossa capacidade produtiva e industrial". Por outro lado, o social-democrata apontou que a União Europeia "tem de atuar em bloco" nos investimentos necessários, sem os "triplicar ou quadruplicar", para "sermos mais eficientes".

No final do encontro com o chefe da Aliança Atlântica, o primeiro-ministro português referiu que o "compromisso em atingir 2% do PIB em despesa de Defesa" exige "uma aceleração de uma trajetória que infelizmente, nos últimos anos, teve como resultado nem sempre conseguirmos atingir o objetivo".

Montenegro declarou ainda que este investimento vai acontecer sem "colocar minimamente em causa o equilíbrio financeiro" das finanças públicas, mantendo "contas públicas saudáveis, um país estável, um país seguro, um país atrativo para colocar a economia a crescer" e com o "Estado social salvaguardado".

"Há, em Portugal, um forte compromisso do Governo e também das demais forças políticas, em particular do principal partido da oposição, em poder salvaguardar este nosso trajeto", garantiu o líder do Governo, para quem o investimento no sector será "crucial para manter a integralidade da Europa, para manter projetos políticos vivos como o projeto da União Europeia, e também o projeto da Aliança Atlântica".

"Se não desenvolvermos todas as nossas capacidades, desde logo produzindo material militar, investindo na nossa capacidade de inovar, de investigar, de tirar partido do nossos conhecimento para podermos fabricar melhores equipamentos, que nos possam dar precisamente a garantia de estar a atingir os nossos objetivos por nós próprios", Luís Montenegro avisa que "só nos resta uma alternativa, que é comprar a quem produz estes materiais e equipamentos no mundo". Essa opção torna os países europeus, considera o primeiro-ministro, "mais dependentes e portanto sempre sujeitos à boa vontade desses nossos parceiros".

"Não vai ser suficiente"

Logo de seguida, Mark Rutte considerou o objetivo de gastar 2% do PIB insuficiente, reforçando uma ideia que tem defendido nas últimas semanas - em que chegou a colocar o patamar de investimento necessário em 5% do PIB por cada Estado-membro da NATO.

"Temos de continuar a adaptar-nos, temos de aumentar os nossos esforços e as nossas despesas. O objetivo de 2% não vai ser suficiente", sublinhou o secretário-geral da Aliança, avisando que "a ameaça da Rússia pode parecer longínqua, mas asseguro-vos que não é".

"Os navios russos e os bombardeiros de longo alcance russos ameaçam a costa portuguesa", apontou Rutte, que lembrou ainda que a Rússia está a "tentar destabilizar" os membros da NATO através de "ciberataques", entre outros métodos.

[notícia atualizada às 15h11]

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  • A armarem em gente
    28 jan, 2025 Portugal 21:57
    Montenegro "avisa" Rutte e Trump que Portugal "não está disponível" para ir além dos 2% do PIB em despesa militar, caso contrário haveria "revolta" por causa das perdas do "Social" e atitude Hostil à NATO. E o Tira-selfies de Belém vem logo a correr corroborar esta posição e avisa também que mesmo que o Almirante Gouveia e Melo que defende os 3%, esteja na Presidência, "nada poderá fazer", porque "quem governa, é o governo". Tanto Montenegro como o Martelo, tirem o cavalinho da chuva: Portugal nada manda, e se as coisas se complicarem e a UE e a NATO exigirem os 3%, com vontade ou sem ela, terão de o fazer, até porque qualquer pessoa vê que mesmo agora, só apontam para 2% porque foram obrigados a isso, que por eles continuavam a mamar quase de borla, da proteção dos outros. E quanto aos poderes do Presidente, parecem esquecer que ele tem o poder de dissolver a AR e demitir o governo. É melhor que não ponham de parte a conversa dos 3%...
  • Mal na Foto
    27 jan, 2025 Portugal 18:47
    Muitos "ses" muitas hesitações, muitas promessas e muita retórica, a maioria puramente falaciosa. O "forte compromisso do governo" tem deixado por gastar verbas de reequipamento, constantes na Lei de Programação Militar - as famosas cativações. E sobre o compromisso do maior Partido da Oposição (Ps) e das "restantes forças políticas", o PS foi o campeão das cativações e desinvestimento, e tem andado a mentir à NATO sobre as verbas efetivamente investidas. O BE quer que desistamos de qualquer Defesa e que se abra a pernoka à Ocupação. O PCP que saiamos da NATO. Qual "compromisso"? Só se for o da rendição incondicional. E adiar para 2029 - a dita antecipação, seria no máximo para 2028 - o compromisso dos 2% com que nos comprometemos à anos para atingir, e estamos longe de o fazer, quando já se fala que 3% é o novo normal e até há países europeus que já vão nos 3,5 e 4%... Voltamos a ficar mal na foto.

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