06 fev, 2025 - 18:00 • Fábio Monteiro , Manuela Pires
Luís Marques Mendes oficializou, esta quinta-feira, na Santa Casa da Misericórdia de Fafe, a sua candidatura à Presidência da República. E, sem perder muito tempo, passou ao ataque – ou, como é hábito dizer, abriu a campanha.
Logo a arrancar, Mendes pôs a mira em Gouveia e Melo, putativo adversário na corrida eleitoral. O antigo ministro e ex-líder do PSD puxou dos galões políticos. E atirou: “a experiência não é tudo, mas só a experiência garante segurança e previsibilidade.”
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No entender de Marques Mendes, o cargo de Presidente da República “é eminentemente político”. Assim sendo, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não existe uma Presidência sem política. A questão é que tipo de política deve guiar a Presidência”, sublinhou.
E acrescentou ainda: “o tempo que vivemos nem aceita política sem princípios, nem recomenda política sem experiência. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro. É esta a minha convicção.”
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O social-democrata deixou ainda outro recado ao recém-reformado chefe do Estado Maior da Armada, que, no ano passado, em entrevista ao “Diário de Notícias”, disse: “se a Europa for atacada e a NATO nos exigir, vamos morrer onde tivermos de morrer para a defender.”
Portugal não é “um país belicista: somos pela paz, acreditamos no valor da dissuasão e queremos acompanhar os nossos aliados, em igualdade de direitos e deveres, no desafio de dotar a Europa de autonomia estratégica, construindo um verdadeiro Pilar Europeu da NATO”, fez questão de frisar o social-democrata.
Um pouco mais adiante, com um "tiro", o ex-líder do PSD atingiu mais dois alvos: Chega e Governo.
Marques Mendes defendeu que “é importante que o Parlamento disponha de instrumentos para poder suspender deputados que têm comportamentos desviantes e eticamente censuráveis”. (Nas entrelinhas, uma alusão ao caso de Miguel Arruda.)
E reiterou também “é preciso mais cuidado na escolha de titulares de cargos públicos, sejam diretores executivos, gestores ou políticos”. (Alusão aos recentes casos do diretor-executivo do SNS e do secretário de Estado do Ordenamento do Território.)
“A situação que há anos se vive em Portugal não é aceitável”, disse mesmo.
Nem Marcelo Rebelo de Sousa escapou às farpas de Marques Mendes.
Distanciando-se do atual Presidente da República, o candidato fez questão de referir que é “preciso evitar crises políticas” e que o país não pode “passar o tempo em dissoluções e eleições antecipadas. Isso não é modo de vida”.
“Na economia, na saúde, na justiça, no combate à corrupção. Cabe ao Governo e aos partidos resolver esses impasses e bloqueios. Mas o Presidente da República tem de dar o seu contributo ativo: fazendo pontes, aproximando posições, buscando convergências, mediando consensos, estimulando entendimentos”, disse.
Num púlpito e palco sem qualquer referência ao PSD, apesar de Montenegro já ter dito que o candidato “preenche os requisitos” do partido, Marques Mendes prometeu “unir Portugal”.
A título simbólico, o candidato revelou que entregou “hoje mesmo o cartão de militante do PSD”.
“Não por renegar origens e convicções. Isso nunca farei. Mas, para num ato simbólico, reafirmar o meu compromisso com uma magistratura de isenção, independência e imparcialidade.”