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Novas Crónicas da Idade Mídia
O que se escreve e o que se diz nos jornais, na rádio, na televisão e nas redes sociais. E como se diz. Eduardo Oliveira e Silva, Luís Marinho, Luís Marques e Rui Pêgo são quatro jornalistas com passado, mas sempre presentes, olham para as notícias, das manchetes às mais escondidas, e refletem sobre a informação a que temos direito. Todas as semanas, leem, ouvem, veem… E não podem ignorar. Um programa Renascença para ouvir todos os domingos, às 12h, ou a partir de sexta-feira em podcast.
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​O jogo da confiança

Novas Crónicas da Idade Mídia

​O jogo da confiança

21 mar, 2025 • Eduardo Oliveira e Silva, Luís Marinho, Luís Marques e Rui Pêgo


Nem só de legislativas se fala, esta semana, nas Novas Crónicas da Idade Mídia. Destaque também para os 46 anos do Correio da Manhã, o fim do Skype, a administração Trump e os media e ainda os habituais Grandes Enigmas.

E aí vamos nós a caminho de mais umas legislativas. Estava escrito nas estrelas. O processo tem andado a grande velocidade: a semana passada (terça, 11) o Parlamento chumbou a moção de confiança do Governo; o PR ouviu os partidos na quarta; reuniu o Conselho de Estado na quinta, falou ao país nessa mesma noite. Dissolveu a AR com efeitos a partir desta quarta-feira (19), marcou eleições para 18 de Maio.

No seu discurso ao país, Marcelo explicou que o problema, era um problema de ética. A sondagem da Intercampus para o CM (sábado, 15) parece refletir as questões levantadas por Marcelo: AD a recuar; PS a subir.
A maioria dos inquiridos (56,3) acha que Montenegro não devia concorrer. Só 30% acredita que é o melhor candidato do PSD. Como sabemos, estes números vão mudar muitas vezes até ao dia das eleições, como se percebe esta sexta-feira (21) na Sondagem Expresso/SIC: AD à frente do PS; indecisos atingem valores recorde.
A verdade é que a manchete do Expresso de sexta-feira passada (14) – “Montenegro não entregou à PJ as faturas da casa de Espinho”; a notícia da queixa de Ana Gomes às instâncias europeias sobre Montenegro e a Sol Verde; dirigentes do PS a admitirem que a Spinumviva vai estar na campanha, estão a tornar a vida de Montenegro um inferno.

Até ao momento, o PSD parece razoavelmente adormecido para este combate. Com exceção da entrevista de Sebastião Bugalho (CNNP, segunda, 17) e, sobretudo, da intervenção de Morais Sarmento na SICN (sexta, 14) a dizer que a coisa escalou para uma questão ético-moral, não se tem visto grande rasgo na defesa do chefe do Governo.
Diz Sarmento: “Montenegro estava a construir um capital de confiança com os portugueses e isso assustou quem tem atirado nessa direção contra o primeiro-ministro, como o cartaz do Chega”. É exatamente disto que vão tratar as próximas legislativas: em quem confiam mais os portugueses para dirigir o Governo?

O jornal fundado por Vítor Direito e Carlos Barbosa fez, esta quarta-feira (19), 46 anos. Para celebrar mais um aniversário, o CM publicou um estudo produzido pela Intercampus, sobre as principais fontes de notícias dos portugueses e o que valorizam mais num órgão de comunicação. Os resultados não são surpreendentes: a televisão é a principal fonte de informação, seguida de perto pela Internet, considerada, contudo, pouco credível. A Rádio vem a alguma distância, mas é o único meio em que o índice de credibilidade é igual ao indicador de utilização. Quer dizer, não defrauda as expectativas dos ouvintes. É mesmo o meio mais credível, registando a mais baixa avaliação negativa. Os portugueses recorrem cada vez menos aos jornais e a avaliação da credibilidade do papel é mais negativa do que positiva. Sendo injusto, é uma fonte de preocupação.

“O Mirante”, o maior jornal regional do país, produziu uma edição especial com 75 páginas. O semanário de Santarém, fundado em 1987, na Chamusca, por Joaquim Emídio, começou por ser mensal. Hoje é publicado semanalmente com 60 páginas. De notícias, acentue-se.

O Governo publicou o Plano Nacional para a Segurança dos Jornalistas e outros profissionais da Comunicação Social que tenta manter acesa a chama do Plano de Ação para os Media de que nunca mais se ouviu falar. O que vale este plano?

A Microsoft decidiu acabar com o SkypeSkype a partir do próximo mês de Maio. São mais de 20 anos de serviço à ligação áudio e vídeo entre as pessoas e um suporte essencial que os Media usaram até à exaustão para as intervenções à distância.
Nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, o Skype perdeu mercado para produtos concorrentes como o Zoom, o Google Meet, o Cleanfeed. A Microsoft pretende concentrar a atenção e o investimento no Teams, que entende em melhor posição para concorrer no mercado. Os Media guardarão na memória, com reconhecimento, os “heroicos tempos” do Skype.

Trump mandou encerrar meios dependentes da Agência para os Meios Globais – rádios e televisões que transmitem em 40 idiomas -, designadamente a Voz da América e a Rádio Europa Livre. Com uma audiência estimada em 500 milhões de pessoas em mais de 100 países, estes meios eram, em muitos países com regimes autoritários a única fonte de informação independente. Estamos perante um revés para a informação livre, difícil de compensar?

A atual administração americana já havia cortado milhões de dólares nos contratos com a France Press, a Associated Press e a Reuters. “Nós próprios devemos produzir a informação. Os Estados Unidos não devem pagar para lhe dizerem quais são as notícias”, explicou um conselheiro da Casa Branca. No fundo, Trump não está a fazer mais do que cumprir a sua agenda: afastar os “Inimigos do povo”, “desonestos” e “escória humana”, para utilizar as qualificações que usou para caracterizar os jornalistas, no seu primeiro mandato.

Em suplemento ao programa, nos Grandes Enigmas, porque é que os políticos não vigiam a linguagem que utilizam? Num concurso para eleger o maior populista, ganharia Ventura ou Pedro Nuno Santos? Qual dos Pinóquios tem o nariz maior? Não há ninguém no PSD que trate dos discursos da poetisa Liliana Reis? Devemos ter políticos ricos ou pobrezinhos? E Lili Caneças, acabará encantada com Pedro Nuno?

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