21 jan, 2025 - 20:49 • Miguel Marques Ribeiro
As operações para deportação de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos já começaram, revelou esta terça-feira o membro da Administração de Trump, Tom Homan, também conhecido como 'czar das fronteiras'.
Em entrevista à CNN, o responsável garantiu que a agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE) "está de novo a fazer o seu trabalho" e começou a aplicar a lei para "restringir ameaças à ordem pública", que são colocadas pela presença de imigrantes ilegais em solo americano.
A prioridade são os "imigrantes com registo criminal", que não compareceram a tribunal ou sobre os quais pende uma investigação dos serviços de imigração. "São operações bem planeadas", que estão "a acontecer um pouco por todo o país", acrescenta Homan, que se queixa de algumas cidades ditas "santuário" criarem obstáculos à aplicação do novo quadro legal definido na segunda-feira por Donald Trump.
EUA
Entre imigração, o ambiente e a relação com o rest(...)
É o caso de Los Angeles e de Boston, entre muitas outras, que garantem um conjunto de direitos mais robusto para imigrantes indocumentados.
Horas depois da tomada de posse, Trump assinou uma ordem executiva que prevê "o arranque do processo de deportar milhões e milhões de criminosos" e declarou um estado de emergência na fronteira com o México.
No entanto, há dúvidas que subsistem sobre a forma como a Administração vai pôr em prática a decisão do chefe de Estado. Homan não esclareceu o que vai acontecer se os países de onde são naturais os imigrantes não os aceitarem de volta, depois das deportações, referindo que existirão "negociações" e confiando que os imigrantes acabarão por ser "removidos".
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O novo supervisor das fronteiras acusou Biden ter feito o "número mais baixo de sempre de deportações durante os quatro anos de mandato". No entanto, a Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, segundo a CNN, contabilizou 270.000 processos de deportação, só em 2024.
Este número é considerado "inexacto" por Tom Homan, por incluir entradas de pessoas que não foram aceites na fronteira e que, dessa forma, nunca chegaram a ser deportadas.
Trump suspendeu também o programa de refugiados e há pelo menos dois mil afegãos que colaboraram com os americanos, durante o período de ocupação do Afeganistão e luta contra os taliban, que viram o seu processo suspenso.
Homan garante que "muitos refugiados não foram devidamente avaliados". Há "um enorme problema de seleção" que precisa de ser resolvido. Todos os pedidos, incluindo o destes dois mil afegãos que serviram os Estados Unidos, "serão tratados caso-a caso", acrescenta o responsável.
"Precisamos de trazer segurança para a fronteira. É o maior problema de vulnerabilidade para o nosso país", acrescenta.