12 fev, 2025 - 13:38 • Ana Kotowicz
A petição começa com uma provocação: "Já alguma vez olhou para um mapa e pensou: 'Sabe do que a Dinamarca precisa? Mais sol, palmeiras e patins.' Bem, temos uma oportunidade única na vida de tornar esse sonho realidade. Vamos comprar a Califórnia a Donald Trump!"
Esta é a reposta não oficial da Dinamarca ao Presidente dos Estados Unidos e à sua insistência de querer tomar conta da Gronelândia (território dinamarquês autónomo), tendo sugerido, mais do que uma vez, que pretendia comprar aquela que é a maior ilha do mundo. Mesmo sendo brincadeira, a petição está ativa e conta com mais de 200 mil assinaturas.
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Parlamento Europeu
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A resposta oficial do governo foi de que o território não está à venda, posição que foi acompanhada por declarações semelhantes de vários responsáveis europeus, incluindo de António Costa. O português, presidente do Conselho Europeu, recordou aos EUA o que diz a Carta das Nações Unidas: "Os princípios da soberania, da integridade territorial e da não invasão de fronteiras e estes são princípios universais".
Pelo sim pelo não, a Dinamarca anunciou que vai reforçar segurança da Gronelândia, com um investimento de 2 mil milhões de euros para aumentar a presença do seu exército no Ártico e no Atlântico Norte, numa altura em que uma sondagem revelou que 85% dos gronelandeses são contra a ideia de a ilha vir a fazer parte dos EUA — muito embora a maioria dos partidos e a população apoiem a separação da Dinamarca.
E por que motivo a Califórnia? Na petição recorda-se que "o clima da Dinamarca é... bem, digamos aconchegante", enquanto que "a Califórnia tem 300 dias de sol por ano". Por outro lado, cultiva 90% dos abacates dos EUA e os dinamarqueses nunca ficarão "sem abacate torrado".
A Disneylândia é outro dos motivos para os dinamarqueses cobiçaram a Califórnia: "Vamos renomeá-la para Hans Christian Andersenland. Mickey Mouse com capacete viking? Sim, por favor."
EUA
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De resto, os autores da petição estão confiantes de que Donald Trump, "que não é o maior fã" daquela parte dos EUA, será favorável à proposta, afinal o Presidente considerou a Califórnia "o estado mais arruinado" do país. E quanto à vontade dos cidadãos? "Bem, vamos encarar a realidade – quando foi que isso o impediu? Se Trump quiser vender a Califórnia, ele venderá a Califórnia."
Quanto ao preço, a petição coloca o valor de compra num bilião de dólares (um trilião, em inglês), o que daria cerca de 200 mil coroas dinamarquesas por habitante do país. Em euros, estamos a falar de 27 mil euros por pessoa.
Os negociadores também já estão escolhidos: executivos da Lego e o elenco de Borgen, a série televisiva que conta a história sobre a ascensão de uma primeira-ministra.
Para os californianos, ficam várias promessas. "Levaremos hygge para Hollywood, ciclovias para Beverly Hills e haverá smørrebrød orgânico em cada esquina. Estado de direito, assistência médica universal e uma política baseada em factos." Por fim, o nome: a Califórnia passaria a ser a Nova Dinamarca e Los Angeles seria Løs Ångeles.