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Segurança europeia

Europa precisa de 300 mil novos soldados se perder apoio dos EUA

24 fev, 2025 - 21:05 • João Pedro Quesado

Países da UE discutiram esta segunda-feira um novo pacote de ajuda militar, que pode atingir os 20 mil milhões de euros. Substituir a presença militar dos Estados Unidos na Europa implica investimento em vários milhares de veículos militares.

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A Europa pode precisar de mais 300 mil soldados e de aumentar o investimento em defesa em cerca de 250 mil milhões de euros, "a curto prazo”, caso perca o apoio militar dos Estados Unidos, indica um estudo divulgado por ocasião do terceiro aniversário da guerra na Ucrânia.

De acordo com o "think tank" Bruegel e o Instituto Kiel para a Economia Mundial, seria necessário “um aumento das capacidades europeias equivalente à capacidade de combate de 300 mil soldados norte-americanos, com um foco em forças mecanizadas e blindadas”. Isto traduz-se, dizem os dois institutos, em 50 novas brigadas europeias.

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O cálculo baseia-se na atual assunção do planeamento militar da NATO, que determina que, em caso de ataque da Rússia a um país europeu da Aliança Atlântica, as 100 mil tropas dos EUA destacadas na Europa seriam rapidamente aumentadas em cerca de 200 mil unidades.

Contudo, para os 300 mil soldados europeus terem o mesmo impacto que as tropas norte-americanas, os autores do estudo avisam que é preciso aumentar a coordenação militar europeia “rapidamente” ou aumentar o número de tropas “significativamente por mais de 300 mil”.

Entre os problemas está a falta de ativos estratégicos europeus, como na aviação militar e a nível espacial, que os EUA usam para facilitar as suas operações — e, neste momento as operações militares da Ucrânia. A Europa precisa também de “criar capacidades de aviação e de transporte, e capacidades de mísseis, guerra de drones e de comunicação e informação”.

No caso do atual apoio militar à Ucrânia, substituir o apoio norte-americano é mais fácil, afirma o estudo. Desde o início do atual conflito, a soma do apoio dos EUA é de 64 mil milhões de euros, enquanto a Europa (incluindo o Reino Unido) enviou apoio no valor de 62 mil milhões. Para substituir totalmente os Estados Unidos, os europeus precisariam de gastar “apenas outros 0,12% do seu PIB”.

Na reunião desta segunda-feira dos ministros dos Negócios Estrangeiros, os responsáveis da UE discutiram uma proposta de Kaja Kallas e do Serviço de Ação Externa da União para aumentar o apoio militar de curto prazo à Ucrânia - um pacto que pode atingir os 20 mil milhões de euros, segundo o “Politico”.

O estudo do Bruegel e do Instituto Kiel para a Economia Mundial aponta que, para servir de dissuasão à Rússia, a despesa militar europeia tem de subir para cerca de 3,5% do PIB europeu, em cerca de 250 mil milhões de euros no curto prazo.

Esse valor seria gasto não só nas novas tropas, mas em novo equipamento. Os autores do estudo apontam que, para uma dissuasão europeia “credível”, seriam necessários 1.400 tanques, 2 mil veículos de combate de infantaria e 700 peças de artilharia, como lançadores múltiplos. Além disso, seria necessário aumentar a produção de drones para cerca de 2 mil munições de longo alcance por ano.

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  • Investimento em segu
    24 fev, 2025 UE 22:29
    250 mil milhões de euros são 1,5% do PIB da UE, não são 3,5%. E basta uma melhor coordenação entre os países da UE para melhorar ainda essas forças. A Ue, tem neste momento 2 milhões de soldados, dispersos pelos vários países. Com a devida coordenação e claro, com algum investimento também em armas nucleares dissuasoras, isso chegaria perfeitamente para a Rússia meter a viola no saco.

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