10 fev, 2025 - 14:00 • João Pedro Quesado
Já começou a consulta pública para a segunda fase da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa. Os documentos do estudo de impacte ambiental sobre o troço entre Soure e o Carregado vão estar disponíveis para recolha da opinião dos cidadãos até 21 de março, no portal Participa.
O troço entre Soure, no distrito de Coimbra, e o Carregado, em Alenquer, é o terceiro da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa a entrar em consulta pública, e é o último da linha entre as estações de Porto Campanhã e do Oriente, em Lisboa, com construção prevista na atual fase de desenvolvimento de linhas dedicadas a comboios de alta velocidade em Portugal.
O concurso para a parceria público-privada de projeto, construção, disponibilização e manutenção deste terceiro troço será lançado no início de 2026, com a fase de projeto e construção a iniciar em meados de 2027. A conclusão está prevista para 2032.
Terceira Travessia do Tejo
Aprovação ambiental de 2009 sobre projeto com mesm(...)
Questionada pela Renascença, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) afirmou, na semana passada, que era "previsível" que a consulta pública desta segunda fase começasse ainda em fevereiro, sendo para isso necessário considerar "conforme" o estudo de impacte ambiental. O estudo foi entregue a 30 de setembro pela Infraestruturas de Portugal (IP), responsável pelo projeto.
Já é conhecido, desde outubro de 2024, que o troço entre Soure e o Carregado vai contar com uma nova estação de alta velocidade em Leiria, que será em Barosa, na margem oeste do rio Lis – a localização do projeto da alta velocidade em 2009. A atual estação ferroviária de Leiria, da Linha do Oeste, é na margem leste. A escolha da localização foi debatida com as entidades locais desde o final de 2023.
Linha Lisboa - Porto
Avaliação ambiental do troço entre Soure e Carrega(...)
O primeiro troço, entre Porto Campanhã e Oiã, em Oliveira do Bairro, recebeu a aprovação ambiental em 21 de agosto de 2023 para um percurso onde podem ser afetadas mais 100 habitações. Já o segundo troço, entre Oiã e Soure, foi aprovado a 16 de novembro de 2023, podendo afetar "mais de 75 famílias" - um número reduzido pelo ajuste do traçado na saída de Coimbra, poupando grande parte das casas que teriam de ser demolidas na Quinta dos Cunhas, em Taveiro.
Segundo os esclarecimentos da IP, aquando das aprovações ambientais dos primeiros troços, o número de estruturas identificadas como afetadas pelo estudo de impacte ambiental "não é definitivo", já que considera "um corredor de 400 metros de largura centrados nos traçados em avaliação". A plataforma da linha de alta velocidade, quando concluída, deverá ter uma largura de 14 metros.
A construção da primeira fase da linha de alta velocidade vai terminar em 2030, segundo o último cronograma divulgado pela IP. A partir daí, comboios como os Intercidade e Alfa Pendular podem começar a evitar a zona mais congestionada da Linha do Norte, regressando a esta via após Coimbra enquanto a segunda fase não é completada.
O troço entre o Carregado e Lisboa não tem data definida. Os comboios de alta velocidade regressam, no Carregado, à Linha do Norte, para chegar à Gare do Oriente. A localização do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete abre a hipótese de a linha de alta velocidade continuar para esse local, mas os comboios de alta velocidade não são obrigados a circular apenas nessa linha.