20 fev, 2025 - 18:00 • Ana Kotowicz
Há uma pequena melhoria, mas metade dos alunos não conseguiu ter positiva a Matemática nas provas do 9.º ano. No ano anterior, segundo dados do Ministério da Educação, 58% dos alunos tiveram negativa. A Português, é o oposto: 24% dos alunos tiveram negativa na prova final, quando, em 2023, eram 22%.
Em termos de médias, e numa escala de 1 a 5, a Português os alunos tiveram 3 valores, a Matemática, 2,8 — números que estão em linha com as médias dos últimos anos. Desde 2015 para cá, o valor mais alto a Português foi de 3,4 valores (em 2018), enquanto que a Matemática foi de 3 valores, em 2019, a única vez que, no período analisado, os alunos não tiveram uma classificação média abaixo de 3.
Estes e outros dados estão disponíveis no Portal Infoescolas. O relatório, divulgado pelo Ministério da Educação nesta quinta-feira, revela os resultados dos alunos nas provas finais do 9.º ano e nos exames finais nacionais realizados pelos alunos do secundário em 2024.
Quanto aos padrões, mantêm-se os habituais: as raparigas têm melhores resultados, os alunos carenciados têm piores prestações.
No 9.º ano, a diferença de raparigas para rapazes é mais visível a Português. Elas têm 79% de positivas, eles têm 73%. A Matemática, os valores são de 51% contra 49%, com as raparigas a ter melhores resultados.
A classe social em que se encontra o aluno continua a ser um dos principais preditores de sucesso, assim como a escolaridade da mãe. Tal como em anos passados, entre os alunos carenciados, quanto mais elevado é o escalão da ação social escolar (ASE) pior é a nota. Ou seja, quanto mais pobre é o aluno, pior o desempenho escolar, padrão que se mantém em Portugal desde sempre.
A Matemática é onde se nota mais. Só 26% dos alunos de escalão A (aqueles que têm maior apoio estatal) tiveram positiva, contra 55% entre os alunos que não têm escalão ASE.
A Português, a diferença existe, mas não é tão evidente. No escalão A, 37% dos alunos têm negativa, entre os sem escalão são 21%.
Olhando para as diferenças regionais, na prova nacional de Português, as médias mais elevadas estão nos distritos de Braga, Coimbra e Porto. Os mais baixos estão em Beja, Faro e na Região Autónoma dos Açores. A Matemática a distribuição é diferente: os melhores resultados estão em Coimbra e Braga, os resultados médios mais baixos nos Açores e em Setúbal.
Tal como no ano passado, as disciplinas a que mais alunos fizeram exame nacional tiveram médias positivas.
Olhando apenas para as provas que tiveram mais de 5 mil alunos inscritos, as classificações médias variaram entre os 10 e os 13 valores (numa escala de 0 a 20), com Inglês e Economia A no topo (ambas com 13,1 valores).
Em contrapartida, os piores resultados foram a Geografia A (10,2 valores), a Filosofia (10,3) e a Biologia Geologia (10,3). A Português, os alunos chegaram a uma média de 11,6 valores e a Matemática de 12,6.
Olhando para a percentagem de positivas, ela é sempre superior a 50% nas disciplinas mais concorridas. Filosofia, com 57% de classificações positivas, é a disciplina que tem piores resultados, seguindo-se Biologia e Geologia com 59%.
Em contrapartida, há três disciplinas em que mais de 90% dos alunos tiveram positivas. Porém, encontram-se entre as que têm menos de 5 mil exames feitos. São elas: 97 a Desenho A (97%), Português Língua Segunda (93%) e Espanhol (91%).
A Português (77% de classificações positivas) e a Matemática (71%), as negativas rondam os 20 e os 30%, respetivamente.
Tal como nas provas do 9.º ano, também nos exames do secundário as raparigas têm melhores resultados, mas não em todas as disciplinas. Elas superam os rapazes em diversas disciplinas, sendo a diferença mais evidente em Inglês, Matemática A, Português e Filosofia. Os rapazes têm notas mais elevadas do que as colegas em História A, Física e Química A, Geometria Descritiva A e Geografia A.
A Economia A, Matemática Aplicada às Ciências Sociais e Biologia e Geologia há um empate entre rapazes e raparigas.
Quando se analisa os resultados por classe económica, encontra-se um padrão semelhante ao do 9.º ano. Os alunos sem escalão de de tiveram resultados mais elevados em todas as disciplinas do que os alunos do escalão A. As diferenças forma superiores a 1 valor nas disciplinas de Inglês, Economia A, Matemática A, Física e Química A, Geometria Descritiva A, Biologia e Geologia e Filosofia.