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ANÁLISE

Assim se vê a força do PC

02 mar, 2025 - 00:23 • Susana Madureira Martins, editora de política da Renascença

A moção de confiança com que Luís Montenegro ameaçou as oposições fica anulada pela moção de censura e a crise política fica, para já, em suspenso. O que facilita a vida ao Presidente da República, que não tem de lidar com uma demissão de Governo e uma eventual dissolução do Parlamento a meses do fim do mandato.

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Se não voltar atrás, o PCP salvou o Governo ao anunciar a apresentação de uma moção de censura. Tendo em conta que Pedro Nuno Santos vinha dizendo que não viabiliza moções de censura ao Governo, os comunistas, de facto, morderam o "isco" de Luís Montenegro e fizeram um favor ao primeiro-ministro.

Chumbada a moção de censura, a leitura política a partir daí é que há um voto de confiança do Parlamento ao Governo. Aliás, foi isso mesmo que Marcelo Rebelo de Sousa disse há uma semana, na Póvoa de Varzim, após a votação da moção de censura apresentada pelo Chega.

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“Ao rejeitar uma moção de censura a Assembleia da República tornou claro que o Governo continuava em funções e isso foi um fator de estabilização na vida política. Podia ter entendido o contrário, que o Governo tinha de cessar funções”, disse Marcelo. Mas o Parlamento entendeu que não. E agora será não, outra vez.

A moção de confiança com que Montenegro ameaçou as oposições fica assim anulada e a crise política fica, para já, em suspenso. O que facilita a vida ao Presidente da República, que não tem de lidar com uma demissão de Governo e uma eventual dissolução do Parlamento a meses do fim do mandato.

A primeira conclusão é que ninguém quer ir a eleições, sobretudo o PCP, que tinha de saber que o PS não iria viabilizar a moção de censura. Ao mesmo tempo que evita, para já, eleições e usa a sua manobra mais habitual: encostar o PS às políticas de direita.

Sabendo o quão penalizadora pode ser a co-responsabilidade de uma crise política, Pedro Nuno Santos também poderá não ter vantagem de ir a correr para eleições. Tem os prometidos estados gerais anunciados para abril, altura em que irá lançar as bases programáticas do partido.

Pedro Nuno Santos volta a ficar encurralado, desta vez pelo PCP e vê-se obrigado a dar um voto de confiança ao Governo. E sem sequer poder chegar a votar a moção de confiança do Governo. Os comunistas tiraram-lhe esse rebuçado. Resta-lhe continuar a morder as canelas de Montenegro à boleia da empresa Spinumviva e continuar a pedir explicações a Montenegro.

Não, o primeiro-ministro não se safou do desgaste que esta empresa familiar lhe está a causar.

Crise política "inevitável"? Veja o vídeo integral da declaração de Luís Montenegro ao país
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