02 mar, 2025 - 18:48 • Fábio Monteiro
O PCP anunciou, o PCP cumpriu: já deu entrada no Parlamento a prometida moção de censura ao Governo – a segunda, em pouco mais de quinze dias.
Em reação às explicações de Luís Montenegro, no sábado à noite, Paulo Raimundo revelou que os comunistas iam, em breve, avançar com essa iniciativa. Ora, nem foram precisas 24 horas para o documento ser escrito e entregue na Assembleia da República.
Cabe agora, portanto, à conferência de líderes reunir e agendar um dia para o debate e votação da moção. Mesmo com a interrupção do Carnaval, é provável que a iniciativa do PCP seja discutida ainda esta semana.
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O mote da moção de censura é: “Travar a degradação da situação nacional, por uma política alternativa de progresso e desenvolvimento”.
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No texto, a que a Renascença teve acesso, os comunistas justificam a tomada de posição: “Os desenvolvimentos recentes na vida nacional confirmam o prosseguimento e a intensificação da política de direita pelo Governo PSD/CDS, presente nas suas opções de política económica e social e no ataque aos direitos e liberdades democráticas. É igualmente grave o envolvimento do Primeiro-Ministro e diversos membros do Governo em factos, que revelam a promiscuidade entre o exercício de cargos políticos e interesses particulares.”
Daí em diante, alargam o espetro de reivindicações e apontam vários problemas ao país. Desde o “ataque aos direitos e condições de vida dos trabalhadores”, passando pela “aceleração do processo de privatização da TAP” e até à “entrega às Misericórdias da gestão de vários hospitais”.
“O desenvolvimento da ação do Governo e a sucessão de factos que se acumulam envolvendo membros do governo e o próprio Primeiro-Ministro – sem novos elementos que dissipem ou sanem factos que continuam por esclarecer - não são obra do acaso. Traduzem e dão expressão a uma mistura entre exercício de funções públicas e interesses particulares, e à promiscuidade entre poder político e económico”, refere ainda o PCP.
Ainda no sábado à noite, o Pedro Nuno Santos revelou que o PS não irá votar favoravelmente a moção do PCP. Afirmou mesmo que os comunistas morderam "o isco" do Governo.