23 mar, 2025 - 20:10 • João Pedro Quesado
Com todos os votos contados, o PSD Madeira ficou aquém da maioria absoluta, conseguindo 23 mandatos dos 47 da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira nas eleições antecipadas de 2025. É o regresso do PSD a um número de deputados que já tinha conseguido em 2023, apesar de a maioria absoluta perdida em 2019 continuar por recuperar.
A projeção da RTP e da Universidade Católica apontava, ao início da noite, a possibilidade de maioria absoluta para os sociais-democratas madeirenses, mas isso não se concretizou quando terminou, às 21h34 a contagem na freguesia de São Martinho, no Funchal, a mais habitada do arquipélago. Dessa freguesia dependiam oito mandatos, numa altura em que o PSD já tinha 20 mandatos.
No fim de contas, o PSD venceu em 10 dos 11 concelhos do arquipélago, saindo derrotado apenas em Santa Cruz, onde o JPP foi o mais votado por 383 votos, contra os 1.563 votos de vantagem de 2024.
Um marco da recuperação eleitoral do PSD Madeira é o regresso à liderança no concelho de Machico, que o PS tinha conquistado em 2024 por 22 votos. Agora, os sociais-democratas venceram por 4.442 votos contra 2.988, uma vantagem de 1.454 votos.
O PSD venceu com mais de metade dos votos em cinco concelhos: Calheta (58,77%), Ponta do Sol (54,66%), Ribeira Brava (53,07%), Porto Moniz (52,49%) e São Vicente (51,63%). Abaixo dos 50% de votos, os sociais-democratas venceram ainda em Câmara de Lobos (49,09%), Porto Santo (46,20%), Santana (44,37%) e no Funchal (40,91%).
O JPP consumou a ultrapassagem ao PS Madeira, conseguindo 11 deputados contra os oito dos socialistas. Em 2024, o Juntos pelo Povo de Élvio Sousa tinha elegido nove deputados, que já representavam um aumento significativo face aos cinco eleitos de 2023 e as três de 2019.
A queda do PS coloca os socialistas na pior posição desde as eleições de 2015, quando elegeram seis deputados antes de saltar para 19 mandatos nas eleições de 2019 - o melhor resultado do PS na Madeira desde que há eleições democráticas para o governo da região.
O Chega perdeu um deputado face a 2024, elegendo três, enquanto o CDS e a Iniciativa Liberal elegeram um deputado cada - os centristas perderam um deputado em comparação com as últimas eleições, enquanto a IL manteve o resultado.
O PAN ficou de fora da assembleia regional da Madeira, perdendo o único lugar que tinha desde 2023, enquanto a CDU e o Bloco de Esquerda não elegeram nenhum deputado pela segunda eleição consecutiva.
A abstenção foi de 44,02%, com 142.960 dos mais de 255 mil eleitores a ir às urnas neste domingo. O valor é mais baixo que os 46,6% de abstenção de 2024, e está abaixo dos 44,49% de 2019.
[notícia atualizada às 23h34]