23 jan, 2025 - 01:44 • Vasco Bertrand Franco
A prioridade de apoio às vítimas de abusos na Igreja Católica está “consolidada e assumida”, afirma o patriarca de Lisboa, D. Rui Valério.
Na semana em que se ficou a saber que estão concluídos oito dos 61 pedidos de compensação financeira, D. Rui Valério sublinha que “o caminho está a ser trilhado e está a ser percorrido com envolvimento e dedicação”.
“A prioridade de apoio às vítimas está consolidada e assumida. A compaixão, a solidariedade, é o caminho”, declarou o patriarca aos jornalistas, à margem do jubileu episcopal de D. Manuel Clemente, que decorreu esta quarta-feira na Sé de Lisboa.
O Grupo Vita, o organismo criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para acompanhar as vítimas de abuso sexual de menores, apresentou na terça-feira o seu terceiro relatório.
Grupo VITA
Na apresentação do relatório, o Grupo Vita adianto(...)
Além dos pedidos de compensação financeira, a coordenadora do Grupo Vita, Rute Agulhas, adiantou que a maior parte dos casos de abusos teve lugar nas décadas de 1960 e 1980 e que os testemunhos relativos a casos mais recentes, ocorridos desde 2000, serão três ou quatro.
Como a Renascença avançou, o Vita identificou, até ao momento, 118 vítimas de violência sexual (mais 13 do que em junho de 2024) e um leigo que cometeu crimes deste tipo no âmbito da Igreja. Recebeu, também, 61 pedidos de compensação financeira. Entre estes, há oito processos já concluídos na sequência de entrevistas feitas às vítimas.
Nas declarações desta quarta-feira, o patriarca de Lisboa garante “solidariedade, compreensão e disponibilidade para escutar e auxiliar quem tanto sofre”.
D. Rui Valério abordou também a “demora e o ritmo aparentemente tão lento” na conclusão dos casos e salientou que todas as entidades e comissões estão “devotadas” na conclusão dos pedidos e num processo de reconciliação.
D. Rui Valério espera que EUA de Trump “caminhem na senda do humanismo”
D. Rui Valério falou ainda de Donald Trump. O bispo juntou-se às palavras do Papa Francisco que pediu ao Presidente dos Estados Unidos que o seu mandato seja “pautado pela procura da paz”.
O patriarca de Lisboa apela a que os Estados Unidos sejam aquilo a que habituaram o mundo, “um viveiro de humanismo, um lugar onde a dignidade do ser humanos é permanentemente promovida, um lugar onde a liberdade está como valor principal”.
D. Rui Valério espera que os EUA, sob a batuta de Donald Trump, “caminhem na senda do humanismo”.