24 fev, 2025 - 22:47 • José Carlos Silva
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A União Europeia (UE) não falhou à Ucrânia, nestes três anos que passaram sobre o início da invasão levada a cabo pela Rússia. A opinião é de Sofia Moreira de Sousa, representante da Comissão Europeia em Portugal.
Em declarações à Renascença, Sofia Moreira de Sousa rejeita liminarmente que haja um “um falhanço da União Europeia no caso da Ucrânia”. O que se assiste, lembra, “é uma tentativa da Rússia de invadir o território de um país independente e soberano, sem que este tenha feito qualquer tipo de ameaça”.
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Uma tentativa que começou muito antes de 2022. Sofia Moreira de Sousa recorda que, já “em 2014, a Rússia anexou a Crimeia, quando a Ucrânia a única coisa que fez foi tentar-se aproximar da União Europeia".
"Esta invasão perdurou, com a Ucrânia a combater, e muitas vezes até sem o respaldo da comunidade internacional. E agora que assinalamos os três anos da invasão da Rússia, que esta tentou chegar até Kiev, para depor o governo eleito na Ucrânia e ocupar a capital, isso nunca aconteceu."
"Devemos acelerar a entrega imediata de armas e mu(...)
A representante da Comissão Europeia sublinha que, apesar de ter poderio militar assinalável, a Rússia não conseguiu chegar a Kiev nem derrubar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Sofia Moreira da Silva conclui que não vê “como isto possa ser um falhanço” e insiste que os 27 Estados-membros da UE “têm sido um parceiro fiel, credível e fiável da Ucrânia, no apoio à resistência e defesa”.
À Renascença, recorda que a União Europeia é o maior contribuinte da Ucrânia, com apoios de 134 mil milhões de euros em três anos de guerra.
"E já esta manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, colocou sobre a mesa mais 3,5 mil milhões de euros para apoiar a colmatar o défice orçamental deste ano da Ucrânia. Para além disto, a União europeia já treinou mais de 70 mil soldados ucranianos, prestou assistência militar, assistência política, e apoio humanitário, acolhendo migrantes”, assinala.
Quando questionada se a Ucrânia e a Europa estão entre a espada e a parede, leia-se, entre Estados Unidos e Rússia, e desvalidada de meios, Sofia Moreira da Silva nega: “tem um grande mercado único, o continente e os 27 países tem um poder económico assertivo".
Reconhece ainda assim que, no capítulo da Defesa, “adormecemos muito tempo, porque acreditamos que através das negociações e diplomacia e acordos comerciais não iriamos necessitar de ter meios de defesa militar e esta atuação da Rússia, mostra claramente que infelizmente precisamos de ter as capacidades de defesa para dissuadir qualquer tentativa de ataques que possam surgir por parte do Kremlin que claramente não se irá ficar pela Ucrânia. E nesse sentido temos de acelerar muito mais".