25 fev, 2025 - 17:47 • Liliana Monteiro , João Pedro Quesado
Nuno Melo recusou esta terça-feira concretizar a participação de Portugal numa força de manutenção de paz na Ucrânia, apontando para a necessidade de concretizar primeiro um plano de paz. O ministro da Defesa esteve a ser ouvido na comissão de Defesa do Parlamento, depois de já ter evitado, durante a manhã, avançar se Portugal vai participar numa força de paz da União Europeia.
Aos deputados, Nuno Melo sublinhou que “primeiro concretiza-se o plano de paz e depois, em função desse plano de paz, a necessidade de avaliar ou não o envio de tropas, se nisso formos solicitados” e dependente de “um conjunto de condições que, para já, não puderam ser discutidas”.
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O ministro apontou ainda que esta foi a ideia transmitida pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na recente visita ao Brasil, e sublinhou que todos estão empenhados em manter uma boa relação transatlântica, sendo os Estados Unidos da América um aliado importante.
“Eu continuo a acreditar que quando tivermos de decisivamente avaliar o que seja no espaço Euro-Atlântico e no perímetro da NATO, os Estados Unidos não se alhearão de responsabilidades que partem até de uma certa ideia de liderança do Ocidente, sempre com um objetivo que é o de assegurar a paz”, apontou o ministro da Defesa. Nuno Melo reforçou ainda que a ajuda portuguesa é “balizada pela necessidade de defendermos a nossa ideia de liberdade, democracia e o nosso modo de vida”, e não sob pretexto de “qualquer forma de apropriação dos seus recursos naturais”.
O responsável pela pasta da Defesa falou também da hipótese de uma fábrica de munições que possa gerar lucro para o Estado, cujo processo de criação ainda está em fase de avaliação dos “melhores parceiros”. O estudo da construção desta fábrica começou em junho de 2024.
“A avançar, a fábrica poderá estar operacional em mais ou menos três anos. O investimento esperado, supõe-se, será à volta de 45 milhões de euros, sendo que também há possibilidades de entregas em espécie, mas com uma criação de mais de 100 postos de trabalho”, afirmou Nuno Melo, que espera “uma recuperação desse investimento entre cinco a dez anos, tendo em conta um plano de negócios que está obviamente também a ser tratado”. O Governo pretende uma “participação significativa de 35% a 51%”.
Nuno Melo revelou ainda um aumento do recrutamento e retenção de militares nas Forças Armadas, apontando que havia, em janeiro, “23.610 militares” e há “neste momento 23.678 militares” - isto é, um aumento de 68 efetivos.
“O aumento das candidaturas é absolutamente impressionante. Porque, percebe-se que há hoje muitos mais jovens a quererem, nos três ramos das Forças Armadas, optar por essas Forças Armadas como opção de vida”, salientou o ministro, referindo ainda como “bom exemplo” que “ontem mesmo o Exército registou um recrutamento de mais 360 militares”.