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Diplomacia

No arranque do Conselho Europeu, Von der Leyen insiste que a “UE tem de se saber defender”

06 mar, 2025 - 10:57 • João Pedro Quesado , Ana Kotowicz

Chefes de Estado e de Governo da UE reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas. Conselho Europeu especial serve para analisar a defesa europeia e o apoio à Ucrânia. António Costa, Ursula von der Leyen e Zelensky falaram juntos à imprensa.

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A mensagem inicial é a de que a União Europeia está com a Ucrânia “o tempo que for preciso” e símbolo disso mesmo foi a chegada conjunta de António Costa, Ursula von der Leyen e Volodymyr Zelensky ao Conselho Europeu.

Antes do arranque dos trabalhos, que irão decorrer ao longo desta quinta-feira, os três líderes políticos falaram à imprensa em conjunto. António Costa, presidente do Conselho Europeu, garantiu que a Europa está com a Ucrânia e que “vai continuar” a estar.

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"Hoje é um momento muito importante para construir a segurança europeia", disse Costa, recordando que "há um mês tivemos um 'brainstorming' muito importante, mas agora estamos aqui, hoje, para tomar decisões".

António Costa assegurou ainda a Volodymyr Zelensky que "a segurança e defesa da Europa não está separada da segurança e defesa da Ucrânia", e que uma "defesa europeia mais forte melhora a defesa da Ucrânia, e uma capacidade mais forte da defesa da Ucrânia também é muito importante para melhorar a nossa defesa".

"É por isso que estamos aqui para apoiar a Ucrânia a alcançar uma paz compreensiva, justa e duradoura. E, querido Volodymyr, estamos contigo desde o primeiro dia. Vamos continuar contigo agora, e vamos continuar no futuro, nas eventuais negociações de paz", afirmou o presidente do Conselho Europeu, que falou ainda na futura adesão da Ucrânia à UE.

Já Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, voltou a insistir que está na altura de a UE investir no seu rearmamento. “A Europa tem de ser capaz de se proteger a si própria”, disse Von der Leyen, reforçando querer "uma força pacífica" depois de ter frisado que a “Ucrânia faz parte da família Europeia”.

Europe faces a clear and present danger. We must be able to defend ourselves and put Ukraine in a position of strength. ReArmEurope will boost defence spending, strengthen our defence industrial base and push the private sector to invest ↓ europa.eu/!HDGvdG

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— Ursula von der Leyen (@vonderleyen.ec.europa.eu) March 6, 2025 at 11:43 AM

Além de falar da necessidade de rearmar a Europa e recordar a proposta de 800 mil milhões de euros de investimento na defesa que vai ser discutida esta quinta-feira, Von der Leyen repetiu o que Costa já tinha dito: “Estamos com a Ucrânia o tempo que for preciso.”

Já o Presidente da Ucrânia agradeceu a ajuda europeia na defesa da invasão russa. "Quero agradecer a todos os nossos líderes europeus, antes de tudo, por tais sinais e apoio forte neste Conselho, pelo apoio forte desde o início da guerra e durante todo este período e a semana passada", apontou Zelensky, referindo-se aos dias difíceis desde o confronto público com Donald Trump e JD Vance na Casa Branca, a 28 de fevereiro, e a consequente suspensão do apoio militar dos Estados Unidos da América à Ucrânia.

Montenegro quer "Europa mais autónoma"

Luís Montenegro garante que Portugal está "solidário desde a primeira hora" com a Ucrânia, e que está "empenhado em promover um processo de paz" para evitar "vivermos sobre a ameaça de novas guerras".

Definindo a reunião desta quinta-feira como "extraordinariamente importante", o primeiro-ministro português falou na necessidade de dar "passos muitos concretos para a participação da União Europeia num processo de paz que todos ambicionam para a Ucrânia, com a Ucrânia, com as garantias de segurança que são exigíveis para a Ucrânia por um lado e para a Europa pelo outro".

"Portugal não deixará de estar disponível para poder participar nesse processo e para poder participar, também, caso se consiga obter um cessar-fogo e um encaminhamento para um processo de paz, com todas as diligências que a UE poderá tomar por forma a, no terreno, executar a concretização desse objetivo", assegurou Montenegro, apontando que a reunião extraordinária do Conselho Europeu serve para "começar a desenhar e executar o plano de reforço dos investimentos dos Estados-membros na área da defesa".

Esse investimento deve acontecer, continua Montenegro, na "perspetiva" de "uma Europa mais autónoma, capaz de não estar tao dependente também nas matérias de dissuasão e segurança, por via disso capaz de abraçar um novo ciclo de investimento com vista a termos maior capacidade produtiva, a não estarmos dependentes das compras de material militar que fazemos a outros blocos comerciais".

O primeiro-ministro apontou ainda a necessidade "reforçar os meios de financiamento para este processo e de articular e coordenar as estratégias, para que não haja duplicação dos investimentos e possa haver coordenação para termos uma posição comum no futuro", realçando depois que a proposta lançada por Ursula von der Leyen e que vai ser debatida esta quinta-feira é "um caminho muito coincidente com aquele que tínhamos proposto".

Questionado pelos jornalistas portugueses sobre a crise política nacional, Luís Montenegro disse que "o Governo não está limitado em nada" e que acredita que "não haverá nenhuma preocupação por parte dos outros Estados-membros com a situação portuguesa". O chefe do Governo salientou que Portugal é "um dos países com maior estabilidade" e ainda dos "poucos países da UE que tem um superavit" nas contas públicas, que previu continuar.

As declarações foram feitas à chegada a Bruxelas, onde os chefes de Estado e de Governo da União Europeia se reúnem esta quinta-feira. Este Conselho Europeu especial serve para analisar a defesa europeia e o apoio à Ucrânia.

[notícia atualizada às 11h42]

Comentários
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  • ze
    06 mar, 2025 aldeia 12:09
    Lá se vão gastar mais uns milhares de milhões de euros em armamento.
  • E a prática?
    06 mar, 2025 UE 11:28
    A mesma conversa de sempre, as mesmas conclusões, os mesmos pontos de vista, e o mesmo relambório que andamos a ouvir já nem sei há quantas reuniões atrás... Quando é que começam a por isto em prática e se deixam de declarações para as câmaras de TV?

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